Sociabilidades falsas!

O post tinha como nome original “falsas lojas maçônicas”. Como o passar do tempo optamos por apagar de modo sistemático a palavra maçonaria do nosso site por alguns motivos. Notamos que apesar de haver muitos acessos, no geral acaba por atrair pessoas que não fazem parte dos nossos objetivos de interação, que é aquele interessado por estudos e pesquisas sobre Filosofia de Vida. Apesar da Maçonaria ser uma Filosofia de Vida, os próprios maçons no geral também não demonstram interesses pelos estudos. Sendo, por exemplo, uma prova desta afirmação, o fato de um maçom da cidade de São José dos Campos, ter tido a gentileza de denunciar nosso site e projeto para um Delegado (Cargo inerente a organização da maçonaria) acusando de que estávamos “vendendo maçonaria”. O caso não deu sequência na medida em que foi perguntando ao referido Delegado, que apresentou a questão à Loja Maçônica que atuei na sua fundação,  se o mesmo já havia lido algo? Se já havia entrado no seite? Se já havia participado de alguma preleção de algum curso que já promovi? Se me conhecia?

Por um período até pensávamos que em termos pedagógicos qualquer que fosse o interesse, seria possível encaminhar para os objetivos que estruturam o projeto AMF3 Escola de Filosofia, que são os estudos em torno de Filosofia numa perspectiva de vivenciar tais estudos. Contudo, mostrou-se algo que demandava muito atenção e o curioso rapidamente desaparecia; era movido por uma alta dose de ver resultados mágicos (num sentido mais de feitos de cinema); pelo que todo um esforço de tempo e mobilização de conhecimentos profissionais eram em vão.

A ideia original começava por uma pergunta, pois era a porta de entrada pelo buscador do google: Como entrar na maçonaria? 

Segue o post original:

Quando uma pessoa procura ser Maçom é sinal que ela está disposta. Para alguns, a busca tem origem psicológica, para outros financeira.

O importante dizer é que a maioria estão à procura de um lugar prazeroso e que promova a vida naquilo que ela tem de melhor. Considerando que a Maçonaria se funda na Filosofia Ocidental, um indivíduo propenso a uma vida acima da média, que só curte futebol e BBB, logo se identifica.

Corre-se o risco deste indivíduo ser ingênuo, movido por uma vontade gigante de fazer parte de um grupo que vai acolhê-lo bem perde-se uma capacidade de análise crítica. Acredita, sem ressalva, em qualquer coisa que lhes dirão, pois está movida por uma ideia de boa fé; e vai logo fornecendo documentos, entre outras coisas.

Pede-se que tenha cuidado. Uma Loja Regular ou Histórica irá fazer este processo com lentidão. O futuro candidato certamente irá conhecer pessoas físicas, será convidado a participar de atividades com pessoas de carne e osso, antes de ser iniciado. Irá até mesmo ver maçons fracassados do ponto de vista de poder e grana.

Quando a coisa ocorre rápido demais, quando forjam que você “foi selecionado”, quando você clicou em um anúncio pago, fique atento. Você está sendo convidado para algo que não é Maçonaria Regular e que esse site prefere nomear como Lojas não-históricas e lembrar que elas de um ponto de vista do direito e da legalidade, podem existir. O nome maçonaria não é uma marca privada e pode ser utilizado. O nome Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, ao contrário, é registrado; é uma ONG e não poderá ser utilizado por outros sob pena de estelionato. Contudo, combinações de nomes que levam a palavra maçonaria que não coincida com algum já registrado, estaria liberado. Poderia eu registrar Grande Loja Livre dos Maçons Antigos e Aceitos do Estado de São Paulo. Seria sempre complicado um processo alegando que o nome procura enganar as pessoas e se passar por outro.

Se conceitualmente, analisado de um ponto de vista sociológico, antropológico ou filosófico, o surgimento de outros grupos de maçonaria não se mostra como um problema. De um ponto de vista fático, do que há na praça, este fenômeno está sempre envolto em propaganda que promete algo e não entrega. Para ser generoso, pois beira ao estelionato a forma como conduzem as suas propagandas e o que são na prática. Raras são as exceções, e vale lembrar que não estão neste grupo as Maçonaria Mistas, que tem outra história, outra forma de se colocar na vida social; e que se colocam de modo licito em todos os momentos de sua história no Brasil ou mesmo nas suas origens francesa.

Em São Paulo está cheio destes Maçons que pagam anúncio na internet ou em terminais de trem, metrô e ônibus. No geral emulam a maçonaria masculina; sendo a exceção uma do Estado do Paraná, e como o nome Maçonaria Universal – já misturando um estilo Igreja Universal do Reino de Deus, na qual se propala em programas de TV a ideia de que é maçonaria mista.

O ponto que desaprovamos destes projetos é que todos ao difundirem seus projetos omitem que não são a maçonaria que provavelmente o interessado está procurando. E que no mais, o projeto deles tem um dono, não se trata de algo coletivo, que pertence em efetivo a todos que estão de modo regular filiado, como é o caso das demais Maçonarias, sejam os três grupos masculinos ou a Maçonaria Mista.

Vendem uma fórmula do “bilhete premiado”. Reduzem maçonaria a uma ideia negativa propalada pelo senso comum, como uma associação de enriquecimento, dada a coisas misteriosas(mágicas), etc.