A resenha objetiva coligir algumas ideias em torno do tema bolsonarismo e maçonaria. A pergunta problema que nos move é o aparente paradoxo da Maçonaria e dos maçons terem simpatia por um modelo de política de extrema direita, sendo ela uma genuína sociabilidade liberal democrática e vítima de variadas ditaturas como a de Franco na Espanha. Como ensaio, as ideias resenhadas ainda estão soltas. Encontram em estágio inicial para futuras sistematizações no contexto da pesquisa que estamos desenvolvendo sobre a Maçonaria enquanto fenômeno religioso baseado em Filosofia de Vida. O exercício ainda se insere na ideia de abordagem crítica do fenômeno maçonaria, pelo que as perguntas levantadas procuram fazer avançar as fronteiras de temas e reflexões às quais são interditadas aos seus adeptos, mais engajados em exposições apologéticas do grupo que se faz parte. Tem-se o cuidado metodológico de colocar as questões para efeitos de comparação e não de atribuição de valor e aferimento de que tais características em comparação já sejam parte inerente do fenômeno maçonaria.

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A crônica almeja esboçar uma cena geral sobre o desafio da atividade do professor em contraste com a cultura na qual a dinâmica do consumo irrefletido é o contexto em que estamos imersos. O título é uma provocação a partir de algo icónico desta moda do consumo rápido que é a figura do ideólogo de extrema-direita brasileiro (Olavo de Carvalho). E que vincou o imaginário intelectual dos seus seguidores que era possível “saber o mínimo” para não ser um idiota. E claro, de posse deste mínimo se colocar contra o máximo sobre qualquer domínio. Com isto, em especial pessoas ressentidas, encontram o atalho perfeito para lutarem com todos e todas. Sendo os professores de filosofia profissionais um destes alvos objetos de perseguição.

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O primeiro e mais gritante tópico ao se falar de Israel e Palestina tem sido a falta de palavras para tratar do tema. Porém, esta falta não é só sobre este tema, mas é uma escassez no geral. Ainda estudante de graduação, filosofia, lembro de ter contato com a obra O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde, e uma aparente brincadeira em que se dizia que um Rei, de um reino fictício, retirava uma palavra por dia dos falantes de seu reino, para fins de domina-los.

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Esta crônica objetiva levantar algumas perguntas sobre o tema Maçonaria e sua relação com a Igreja Católica Apostólica Romana – ICAR. Sem pretensão sistemática das outras modalidades da prosa acadêmica, a ideia é um exercício meditativo hipotético, aberto a retornos dos leitores, sobre um caso de relação entre instituições que compõe o horizonte sociocultural brasileiro. Como exercício a ideia não é terminar com vereditos, mas com perguntas e sem certezas e valores apurados. Em termos escolar, a liberdade inerente à atividade reflexiva, com de resto as pesquisas nas Humanidades, implica uma suspensão metódica dos valores, como fizera René Descartes (1596 – 1650) no seu Discurso do Método, para poder fazer algumas perguntas. Nossa hipótese é de que a Maçonaria se vê maior do que ela é, sendo o exercício de comparação com a ICAR uma metodologia possível para estabelecer os primeiros indícios desta suspeita.

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Dizer aspectos de algo é procurar apresentar partes que o compõe. O exercício é sempre dizer por outras vias um algo que está dado. Assim, descrever um objeto material é dizer sua composição, seu uso, onde podemos encontrá-lo. No caso de dizermos “coisas” da esfera imaterial o desafio sob alguns degraus. Dizer sobre o que seja a maçonaria eleva ainda mais este esforço, pois como fenômeno social humano ela além de estar numa esfera imaterial, também está fora da compreensão habitual das pessoas.

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Foi no século XVIII, pelo menos em sua forma moderna, que a maçonaria tomou um desenvolvimento sério no Ocidente. Já em 1738, foi condenada pelo Papa Clemente XII, condenação renovada em 1751 pelo Papa Bento XIV, e desde então, frequentemente, pelos sucessores desses pontífices. Na mesma época, a seita fez sua aparição no Oriente, onde a ortodoxia, em acordo com a Igreja Romana, também não lhe deu uma recepção muito calorosa.
Somos informados sobre isso por dois documentos contemporâneos. O primeiro é um curioso trecho do Βίβλος βασιλειών [Bíblos Basileíon = Livro dos Reis]
de Constantin Dapontès.

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Cídio Lopes de Almeida

Muitas vezes foi dito que o Timeu era um poema, ou até mesmo um romance[1]. Gostaríamos de desenvolver aqui algumas reflexões sobre o gênero literário desta obra de Platão. Após analisarmos brevemente o conteúdo e definirmos o Timeu como uma espécie de “Gênese”, tentaremos esclarecer o significado do modo de exposição que Platão utiliza no diálogo e ao qual ele dá o nome de “eikos logos”, ou seja, “discurso de verossimilhança”. Em seguida, vamos nos concentrar em mostrar a razão por trás dessa escolha: o domínio da physis é um domínio divino que escapa a qualquer conhecimento preciso por parte do ser humano. Somente a poiesis (criação artística) da linguagem humana pode tentar imitar a poiesis divina. Nesse sentido, perceberemos que a ficção literária é concebida por Platão como uma espécie de oferenda religiosa, que é ao mesmo tempo um jogo que responde ao jogo divino. Finalmente, encerraremos com breves alusões à história do tema literário que o Timeu impôs a todo o Ocidente, o do poema cósmico.

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O objetivo deste ensaio é elaborar algumas ideias críticas sobre o tema da iniciação aos estudos maçônicos. O problema em questão é a sensação geral nos círculos maçônicos de que algo não vai bem nos processos que formam o maçom. Nossa hipótese sobre o problema é que não há uma abordagem profissional da educação maçônica, e na sua vertente espontânea, manifesta-se como liturgia/ritualística, sem o devido processo crítico, próprio do fazer nas Humanidades.

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