Medo e Falta
LOPES DE ALMEIDA, C. Medo e Falta. AMF3:São Paulo. 2022. Acessível em:https://amf3.com.br/medo
Convenhamos, existem algumas coisas com as quais cada um de nós já nascemos ou adquirimos por nossa própria condição. O exemplo é bem simples, todos temos vontade de beber água ou dormir.
Considerando a bigbrodização da existência, é sempre bom retomarmos essa questão como forma didática de pensarmos o aspecto mais complicado do existir humano.
Partindo de que temos condições que ninguém precisa trazer até nós, mas sendo humano eu já as possuo, devemos lançar a ideia desse texto. Os meios de comunicação que tem como propósito vender algo, procura justamente mapear essas dimensões para poder tirar a melhor vantagem sobre os humanos.
E vamos mais, certas tradições religiosas assim o fazem a milênio. Nesse quadro é que notamos a exploração do medo no âmbito das religiões. No comércio em geral explora-se a falta.
O medo e a falta são temas que vem ‘instalado’ em nós humanos. Outro elemento é o prazer, em tom de brincadeira, podemos dizer um “app”.
O medo é utilizado como forma de ‘mexer’ com as pessoa. Lembrar dele e mesmo ficar sempre falando dele gera na pessoa um estado que é a angústia. Um desconforto que não sei de onde aparece, mas sou perpassado de uma falta de sossego ou de “paz de espírito”. E vou logo procurar eliminar isso, pois buscamos um estado de calma ou de ausência do medo.
Talvez agora faça mais sentido a presença do tema do inferno e do diabo nos discursos de certas lideranças religiosas. Até parece que eles sabem mais disso do que a parte “boa” das suas Igrejas.
Noutra frente, a oferta de mercadorias e serviços, sobretudo os cursos, também fazem uso desse jogo. Pegar algo que já nascemos e daí explorar ao máximo. No caso a falta. Todo curso de youtube procura explorar de modo bem indireto que lhe falta algo, mas que ao fazer o tal curso você será completo.
Sobre cursos em específico, criou-se a mítica ideia de que você “precisa se qualificar” para ser. O paradoxo é que depois tem que inventar que apenas uma dada qualificação é a melhor. Ou seja, a marca é manter a falta, não importa como. E quem determina como essa falta deve ser preenchida é o mercado, que de modo tirano impõe o que deseja como se fosse algo válido para toda a humanidade. Assim, para um exemplo, o vendedor de carros espera converter a totalidade da vida social segundo seu mundo de vendedor.
A vida humana portanto é utilizada para o interesse de outros humanos. A ideia de viver e deixar viver parece ser apenas uma frase linga dos “good vibe”. E retomando a ideia de que há dimensões com as quais ou nascemos ou desenvolvemos como o meio, sem que empresas ou instituições precisem empenhar para que surjam nas pessoas, podemos concluir que no fundo o que é há seja pura exploração. No fundo poucos são os que realmente ‘plantam’ para colher. O que se pode notar é que há apenas os que ‘pegam’ o que já existe.
Enfim, ideias à solta.
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