Em épocas de internet observamos a proliferação de “Institutos Paramaçonicos” de todos os tipos e gostos. Existem, provavelmente, coisas pertinentes e só olhar com atenção que é possível distinguir coisas boas no meio da chuva de coisas não muito interessantes.
O problema é que o leitor leigo em Maçonaria, o profano, não sabe fazer as devidas distinções. Existem site que sendo apenas um bom leitor já dá para ver incongruências na própria escrita, mas há aquelas um pouco mais elaborados que se passa por cordeiros.
Para piorar ainda mais, os sites feitos por maçons mesmos, por Lojas Maçônicas, já são um ótimo exemplo de coisa amadora. Não se cansam em repetir frases prontas para dizer o que é maçonaria.
Quantas vezes você internauta já se deparou com ” A maçonaria é uma instituição filosófica e filantrópica, que “pugna” pela boa moral. rsssss”.
Ao tomar os sites de Lojas Maçônicas notar-se-a que há uma repetição dos bordões, os mesmos clichês. O que torna muito inócua a busca por conteúdo de qualidade sobre Maçonaria. Fato que afasta qualquer pretendente à Maçonaria que tenha uma nível de cultura mais elaborado. Restando apenas os curiosos, aqueles que estão mais à procura de difamar os maçons.
A proposta da Academia Maçônica de Filosofia, que agora já conta com um endereço de site, é fornecer conteúdo, em forma de texto e palestras, para o público maçônico. Mas este fornecimento não é algo compulsório, muito menos uma venda de um produto.
Fornecer conteúdo não é fazer a clássica divisão burguesa do saber, isto é, alguns pensam outros executam. Nosso intento é que o processo seja dialético, ou seja, somos promotores e despertadores do saber filosófico dentro da maçonaria.
Mesmo que podemos aferir quantitativamente a vida medíocre no que toca à leitura e produção de idéias filosóficas, o que é resenhado em prosa e poesia nos dias de hoje por maçons referindo-se ao passado glorioso da Ordem, não podemos pensar que seremos nós os salvadores da pátria. O processo deve ser coletivo, feito por todos os maçons, ou não será feito. Esta postura coaduna com a própria natureza da Maçonaria. Nela não temos professor ou líder e os demais como seguidores. Ser Maçom é antes de tudo ser um cultor da autonomia, da boa razão(que reconhece seus limites) de modo que a idéia de um fazer e os outros bater palmas ser totalmente avessa à própria definição do que é Maçonaria.
Neste sentido, toda Academia Superior Maçônica ou Instituto Paramaçonico de Estudos se prometem fazer algo pelos demais estão sendo contraditórias. Não podemos dizer que por si tais Institutos sejam duvidosos, seriam uma agressão medíocre, destas praticas na internet, mas que em termos teóricos apresentam contradições que leva a trivialidade da natureza mesma dos tais Institutos.
Outra coisa ainda mais tenebrosa nestas propostas é a de fazer dinheiro. Alguns podem argumentar que se trata de um serviço educacional, que bem prestado, seja justo remunerado.
Discordamos disto enquanto conceito mesmo de Maçonaria. A Maçonaria é uma escola, mas não se vende cursos com diploma no final. Não dá para reproduzir nesta dimensão o que virou natural no Brasil: Educação particular. As unibans da vida.
É sempre anacrônico fazer da educação fonte de renda, negócio. Com isto não se advoga uma postura ingênua, pois há uma economia também na educação. A questão é como tornou natural no Brasil cobrar a famigerada mensalidade do aluno.
Enfim, até o próximo post.
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