Impressionante que em épocas de iPhone 6 e Windows 9 ou 10 sem lá, o fraseado moralista ainda seja o mesmo. Alguns movimentos de luta por direitos, especialmente das mulheres e outros marginalizados, tem optado por retomar palavras ícones de tais posturas arcaicas no que toca a moral.
O título elencou algumas delas. A ideia é exatamente estampa-las para denunciar seus cultores. A marcha das vadias é uma delas. Afinal, o que se pretende é problematizar de modo performático que há ainda machismo. Que há ainda humanos se colocando como mais dignos do que outros. De que há sim preferência por gênero e etnia nos lugares onde se garante mais direitos.
Não se advoga a igualdade entre os humanos. Somos diferentes, o que se cultiva em tais movimentos de lutas por direitos é da ordem dos direitos, não das características. Espera-se que continuemos diferentes, mas não desiguais. A desigualdade não é a mesma coisa que diferença(mineiro, baiano, etc); Desigualdade é por em prática que alguns, sendo também diferentes, tem mais condições de
exercer as suas diferenças. Assim a diferença “branco de olhos azuis” tem mais chance de ter aquelas condições materiais e espirituais para se exercitar. Trocando em miúdos, o branco por ser branco supera possíveis deficiências no campo do fazer(profissão) simplesmente por sem branco.
Esse tipo de escola, posicionamento, também se revela nos nacionalismos. O que se viu ser um furada, pois também entre os nacionais tem coisa que não presta. E o que deve ser valorizado vai para além do nacional, mas o parâmetro deve ser outro e não o nacional. O branco deve ser tratado como o negro e o que deve fazer a diferença será as habilidades de cada um; para além da cor.
Claro, se temos um sistema histórico que privou o negro, tal disputa é piada. Mas não só o negro foi privado, as mulheres o foram e ainda são privadas. Quando ele passou a votar? Ainda hoje na vida corrente, porque as mulheres é que são o núcleo familiar? E porque os homens continuam “destratando” elas nas coisas mais corriqueiras?
A mulher também é excluída ou diminuída enquanto dignidade até mesmo no palavreado sexual. Onde vadia, puta, kenga, rampeira, e milhares de outras, denunciadas por movimentos como o Biscates, aparecem nos filmes destinados ao público masculino. No qual a mulher é vendida como objeto utilizável.
Mas direitos não se ganham, se conquista.