Posse e fruição!
Nos dias de hoje estamos sendo levados a pensar a vida na perspectiva puramente da posse. Ter campeia em todas as áreas da vida.

Assim não seria diferente no campo dos saberes. Já é de tempo que o saber técnico-instrumental é o preferido; assim temos as disputas acirradas para os cursos de engenharia, mas quase nada para os de matemática, física e as demais ciências de base, que é exatamente a base das engenharias. Portanto, não basta ser técnico, é preciso ser aplicável na no mercado das profissões.

Longe de mera opção individual, somos todos levados por essa modas. Afinal, dado a forma como a vida está posta, se fizermos a tentativa de outras opções seremos logo castigados pelas regras do jogo. Nesse sentido, o castigo é ser um sem emprego; sem formas de vender algo para ter outras….

Nessa disposição o importante é tocar a mercadoria. Pegar, palpá-la, colocar na boca, no bolso, fazer o objeto ser eu. Qualquer outro  “produto” que não seja transformado nessa materialidade já sobre alguns revés. Já conta com mais desconfiança de quem compra. Assim, os serviços já sofrem certa desvalorização em relação ao ícone do produto: o iPhone.

Após sair dessa hierarquia dos valores da coisa, passamos para os campos do saber que não produzem um objeto e muito menos conseguiram se “objetalizarem” ou instrumentalizarem como forma de manutenção em meio à cultura técnico-instrumental(medicina). Temos aí qualquer possibilidade de pensamento sobre os saberes acima citados e toda uma gama de reflexões próprias da dimensão cultural do humano.

Pensar criticamente às ciências, como fizera Marcuse, já é uma atividade relegada a ostracismo. Por uma seria de opções, todos os saberes filosóficos, matemáticos, religiosos, artísticos foram deixados de lado. E só sobrevivem quando um mecenas resolve “retirar” um excedente produzido no comércio(um saber social técnico e instrumental) para “doar” à atividade de fruição. Revelando que é preciso perverter a ordem estabelecida para que tais saberes tenha algum lugar.

Para finalizar, pensa contra o saber em função da fruição ou pura meditação o escárnio não só de uma plebe rude, mas até mesmo das elites burguesas, classe, aliás, representante por excelência do útil, prático, necessário.

 


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