Instrução de Companheiro Maçom

Instrução de Companheiro Maçom

 

 
 

Instrução de Companheiro Maçom

Apresentação

 

 

Esse blog é apenas um blog. Não nos confunda com alguma instituição. Trata-se de um blog mantido por um professor de filosofia, que procura, através desse blog, divulgar conteúdos de filosofia, essa mesma que se estuda na Escola de Ensino Médio ou nos anos iniciais das Faculdades. 

 

 Nosso objeto de pesquisa em filosofia é exatamente saber como aquelas escolas Antigas, lá da Grécia Antiga, chegaram aos nossos dias, mesmo que não seja possível fazer uma ligação direta, mas em que sentido há escolas de filosofia que sejam semelhantes aquelas em nossos dias. E ainda, como elas se mantém em nossos dias? Certamente você leitor já ouviu falar de estoicos, epicuristas e pitagóricos? E hoje, podemos nos perguntar se existem escolas filosóficas como aquelas? 

 

 

A tempo, verificamos que na internet ou mesmo nas cidades do interior de Minas Gerais, a Maçonaria, depois das Igrejas, tem presença discreta, mas ampla. Como escola filosófica é que a abordamos por aqui. Seus textos e materiais são públicos, passíveis de leitura por aqueles interessados em pesquisar o fenômeno.

 

 

Uma dica importante, quando fazemos a leitura de uma fonte bibliográfica não devemos copiar ela, mas estabelecer um diálogo com ela. Ao final, devemos fazer a citação da fonte com quem dialogamos.

 

LOPES DE ALMEIDA, L. Instrução de Companheiro Maçom. São Paulo: AMF3. 2013. Disponível em: https://amf3.com.br/instrucao-de-companheiro-macom_4


  

Material didático para a formação do Comp. M.`. 

 

 

Em alguns manuais, especialmente os da maçonaria,  o exagero na declinação dos verbos evidencia um pedantismo terrível. Soma-se ainda o fato de que no português corrente, fazermos uso de poucas declinações para compor toda nossa fala ordinária. Não somos, nesse sentido, franceses, que utilizam várias declinações mesmo na linguagem corriqueira.

 

Vale lembrar, para fundamentar  nossa crítica, que na retórica, parte do trivium, existe uma métrica elegante capaz de comunicar de modo agradável, mas quando se exagera, revela-se que a comunicação não tem muito a dizer e seu propósito é uma exposição ritualística, floreada. Próprio da vida nas cortes europeias.  Devemos ainda ter em mente que o simbolismo da maçonaria nos leva para um “metaforismo”, própria das linguagens de lógica oral, o que permite sua melhor apreensão imediata e posterior aprofundamento, ou dissecação semântica. Contudo, esse movimento de construção de símbolos pode, frequentemente, naufragar no famigerado pedantismo da “república dos bacharéis”.

 

Deixado de lado a questão da composição da instrução, passemos a ela. Quero tomar como frase de abertura o velho “estude para ser alguém”. Parece ser uma frase que fez parte do universo de algumas gerações de brasileiros. Especialmente para aqueles escolares antes de 1995.

 

Pois bem, como fazer para estudar? Depois, o que fazer com o que estudamos?

 

A primeiro questão do companheiro pode ser formulada assim: “e aí cabra, te confiei a entrada na Ordem, o que ocê tá fazedo? Já conseguiu ler os manuais? E o conteúdo dos mesmos, já lhe ajudô em arguma coisa? Você já mudou algum hábito seu?”.

 

Vejamos o próprio texto: “Confiaram-vos a P.`.B.`. para que a desbastásseis de suas imperfeições e lhes désseis a forma e as dimensões de vossa arte[i], cujos fins devem ser penetrados por vosso pensamento.”

 

Isto é, lhe apresentamos um conjunto de elementos no primeiro grau para que você começasse a utilizá-los no conhecimento de si. Aqui  P.`.B.`. é você mesmo e o trabalho de “desbastamento” (desbastásseis) é o exercício que você fará sobre “quem é você mesmo”. Por exemplo, você já fez uma árvore genealógica de sua família? Você já fez terapia? Você já parou para pensar quem é você? Você sabe seus pontos forte e fracos? Você já conversou com o Padre, Pastor, Pai(Mãe) de Santo, enfim, na sua vida você cuida dessa dimensão espiritual?

 

Ainda na citação acima temos “ e lhe désseis a forma[ii] e as dimensões de vossa arte”. Aqui temos o fato de que cada um é responsável por si. “Confiaram-vos a P.`.B.`.” para que você trabalhasse nela. Isto é, você entrou na maçonaria, mas será você mesmo quem vai cuidar de você.( e lhe désseis a forma[iii] e as dimensões de vossa arte”). Acaso você não estudar, ninguém o fará por você.

 

Isto ocorre muito frequentemente em Loja. Primeiro, de fato, se não for você quem corre atrás ninguém o fará. Segundo, como na Maçonaria não temos uma classe de maçons remunerados para serem maçons, não haverá alguém com tempo para cuidar de você. Terceiro, como a marca da maçonaria é o pensamento Liberal, onde o indivíduo é quem toma as decisões pessoais, organiza sua vida profissional, sem interferências exteriores, não faz sentido um tipo de postura que coloca o maçom no lugar de dependente, necessitando de um guia nos estudos. Ainda que o responsável por auxiliar a formação do Comp.`. maçom seja o 2˚ Vig.`..

           

Temos ainda “forma, dimensão e arte”. Na filosofia arte ficou conhecida como o pensamento em si ou o ato de executar o pensamento. Podemos, nesse sentido, pensar que arte é uma atividade abstrata da mente humana. Então dar forma e dimensão a vossa arte pode ser entendido como “quem é você?”. Com “forma e dimensão” o texto está querendo dizer de sua totalidade, de tudo o que define você mesmo, sem lhe confundir com outro. A sua identidade é composta por forma, dimensão e um jeito de operacionalizar(arte) a si mesmo. Então, quem é você? Alguém paciente? Calmo, nervoso, raivoso, alegre?  Você tem muitos amigos? É caseiro? Gosta de festas? No trabalho você é um chefe que todo mundo gosta? Você pensa que o mundo está contra você? Não, você vê o mundo de modo positivo

 

 “(…) cujos fins devem ser penetrados por vosso pensamento.” Ainda no primeiro parágrafo da lição em questão, temos a frase acima citada. Podemos compreender por “fins” não fim, de término, mas como finalidade. Se antes estávamos falando de arte, forma e dimensão e que tudo isto referia-se a si próprio, o texto nos diz que para pensarmos essas coisas, para fazer um bom exame de si, temos que penetrar essas dimensões que nos compõe através do pensamento. A finalidade de nós mesmos ou a nossa “natureza” deve ser tomada pela consciência. Natureza no sentido de a natureza do leão, a natureza da cadeira é de permitir sentar.

 

O texto agora continua dizendo que “se souberdes aprender-lhe as sublimes sutilezas e vencer-lhe as dificuldades, as asperezas da P.`.B.`. cairão aos golpes de vosso Maço(….) Um conjunto de metáforas para dizer que se você dominar intelectualmente todo um itinerário de autoconhecimento você conseguirá fazer de sua vida algo diferente e o mais próximo de seus projetos e desejos.

 

Mas o segrego é como fazer esse caminho. Nesse ponto e nessa parte da formação maçônica, especialmente no R.`.E.`.A.`.A.`., penso que nem mesmos os M.`.M.`. sabem bem como fazer isso. Cobre essa lacuna o dizer “O Maço, que vos colocaram nas mãos, simboliza a força que age sob a direção do espírito, da sabedoria e da ciência; o Cinzel tem, na simbologia do Grau de Comp.`. caráter eminentemente moral; (…)” Em termos de aprendizado, especialmente enquanto professor, a questão mais desafiadora é motivar as pessoa a estudarem. Todos nós, sobretudo adultos e com famílias, acabamos cuidando das coisas necessárias, como pagar contas, executar um trabalho profissional, e deixamos de lado a leitura de um livro ou os estudos.

            

Essa situação acaba por afetar até mesmos colegas professores de escola pública, que, por incrível que pareça, acabam não sendo leitores, estudiosos. Mesmo no nosso caso de professores, acabamos por mecanizar nosso trabalho a ponto de também não ser frequente os leitores entre professores “estatais”. Os motivos dessa não-vida intelectual, meditativa, é algo mais profundo. Não se trata apenas de culpar este ou aquele por não ler e escrever. Estamos na época da internet e da televisão. Instrumentos muito interessantes do ponto de vista das possibilidades de acesso a informação, mas enquanto instrumentos, podem ser utilizados de várias formas. Dado a natureza deles, os mesmos concorrem para dissimular a atenção. Como apresentei no meu livro “Estética e Educação em Nietzsche”, o problema do não sucesso dos alunos adolescentes na escola não é um problema intelectual. Os alunos vão mau nas matérias por outros motivos. Faltam neles uma capacidade de se concentrarem em uma dada tarefa por muito tempo. Esta falta de atenção consiste na dificuldade que temos em deixar na mente apenas um elemento por vez. E de fazer com que esse elemento perdure por mais tempo na mente. O que chamamos de concentração. Contribuindo no oposto, a internet e mesmo a televisão, ao utilizarem os recursos visuais e sonoros acabam por impor uma excitação da mente humana.

          

Ter a força para estudar, portanto, consiste no maior desafio de qualquer projeto de educação. Não basta falar que é necessário estar concentrado ou dizer para o aluno que ele precisa ver menos televisão, etc. Poucos são os métodos de educação que tem recursos para desenvolver nas crianças a concentração. Na verdade conheço apenas um que é a Pedagogia Waldorf, que utiliza desde muito cedo a música e outras atividades artísticas para desenvolver e fortificar a capacidade mental de se concentrar.  

 

Temos ainda a segunda parte da citação acima: “o Cinzel tem, na simbologia do Grau de Comp.`. caráter eminentemente moral; (…)”. Esta parte discreta é muito relevante. Considerar o cinzel como uma dimensão moral quer dizer que todo “saber” implica em um tipo de “poder”. Quando se sabe algo, o mesmo nos permite fazer algo. Saber abrir uma porta, por exemplo, nos permite sair e entrar de um dado lugar. Saber uma profissão é um tipo de exercício de poder; saber um truque comercial a mesma coisa. Portanto todo saber permite um tipo de poder. A questão então é como utilizamos ou exercitamos o poder? O risco de nos tornamos pequenos tiranos é muito grande, pois qualquer poder pressupõe certas complexidades para ser exercido de modo humano. Ao contrário, o exercício do poder de forma simplista, a qual em geral todos encontram-se nesse estágio, acarreta em governos tirânicos.

 

Portanto, a problemática levantada pelo “cinzel” é muito importante. Ela nos propõe saber lidar com o poder que o saber nos delega. Enquanto professor, como mais um exemplo, temos varias formas de exercício de poder. Infelizmente será comum encontrarmos professores nada democráticos. Teremos legiões de tiranos, déspotas, arrogantes, injustos, etc. E essa arrogância que começa modesta entre os da escola estatal e média, atinge patamares estelares entre os figurões das Universidade Públicas.

 

No caso do poder e do saber da maçonaria será comum encontrar pessoas falando as maiores besteiras em nome de “sou maçom”. Já escutei gente dizendo, isto lá no norte do Estado do Espírito Santo, que na maçonaria não se aceita negros. Será comum também, aliás muito frequente, confrades agindo de forma autoritária em relação a outros. Impondo projetos que não foram discutidos por todo grupo, etc. Tudo isto são exemplos fartos sobre a importância do saber e do poder. Todo saber gera uma raio de ação que é um poder. Logo, é preciso saber e discutir sobre o “cinzel” na medida em que anterior a ele vem a metáfora do maço, que a força e o conhecimento que se adquire.

 

Sobre ética e saber quero ainda dar um último exemplo. Nas tradições religiosas animistas, muito comum entre nós o Candomblé, e mesmo espiritualistas, umbanda e Kardecismo,  temos uma preocupação muito elevada com o que chamam de doutrinação, nada mais que uma educação ética. Pela experiência essas tradições observaram que é comum pessoas limitadas em termos culturais prestarem a fazerem serviços “sujos” com os saberes espirituais adquirido nas respectivas comunidade.

 

2. Processo epistemológico.

 

Na segunda fala da primeira página da “Primeira Instrução”, na qual o 2˚ Vig.`. faz a leitura, temos a ideia de como regular nossa jornada de conhecimento. Compreende-se portanto como um percurso ascensional (subida), bem ao estilo da Filosofia de Platão e toda uma cultura da Grécia Antiga chamada de Orfismo.

 

Vamos a citação: “Armando de Régua e de Compasso, encestaste a segunda Viagem. Isto simboliza que vossa consciência é a régua mística, que deve medir e alinhar vossas ações, ante o grande princípio do bem moral. Vossa Razão é o Compasso da Justiça, que assegura o direito e determina sua origem e legitimidade.”

 

Na tradição platônica e, antes mesmo dessa, no Orfismo, diz-se que o homem vivia em um mundo ideal. Platão utiliza a “parábola da biga”, isto é uma corrida naquelas carroças romanas, para dizer que um dia o homem caiu e passou a viver no mundo sensível. Nesse tombo acabamos por esquecer muitas coisas. A reminiscência seria portanto um processo no qual iríamos lembrando de coisas que naquele momento sabíamos tudo. A ideia de subida é exatamente em direção a esse mundo das ideias.

 

A régua, portanto, é um instrumento que nos lembra retidão, isto é, certo, verdadeiro. Verdade e bem em Platão são as mesmas coisas, e, se não me engano, justiça também é verdade. O Compasso me parece ser emblema nesse caso de justiça. Porém, antes a instrução faz uma divisão muito sutil, mas que dá muito o que falar. Ela fala de consciência e razão.  Na vida ordinária tomamos as duas coisas como uma só. Aliás, também tomamos alma, espírito, eu, consciência, mente, cérebro, entre outros, como coisas muito próximas.

           

A consciência em termos filosóficos é uma capacidade perceptiva. É como uma parte de nós que sinaliza que estamos atento a algo e sinalizando que estamos vendo, ouvindo, sentindo, pensando. Observe que a consciência só existe em estado de alerta, pois quando deixamos de perceber a coisa não é mais consciente; talvez passou a fazer parte da memória. Por fim temos a razão que é a forma como recorremos a nossa memoria ou como organizamos os elementos que percebemos.

        

“Concitando-vos a polir e repolir a P.`.P.`. a Maç.`. não quer que trabalheis cegamente(…) seu grande desejo(da maçonaria) é que esse trabalho seja o fruto de vossa meditação e vosso próprio estudo; ela quer que, apoiado em vossa razão, aprendais a repelir tudo quanto ela não aceitar”(p.45)

 

Traduzindo a citação acima, quero, primeiro, marcar o que é “concitando-vos”. Trata-se do verbo concitar, isto é, incitar ou, mais preferível para nós professores de filosofia, instigar. Este verbo propõe duas coisas, primeiro quem ele instiga? Claro que é a você companheiro, ou seja, nós os M.`.M.`. instigamos vocês. Em seguida, instigamos vocês a fazer algo, que algo é esse? Claro, “a P.`.P.`.. O que se entende por essa metáfora maçônica? Nesse caso específico a resposta vem logo a seguir:  “não quer que trabalheis cegamente(…)” ou seja, espera-se que o Comp.`. estude.

 

Sobre esse  “estude” é que mora o “nó” da questão. Espera-se que você consiga adquirir o hábito de “meditar” e “refletir”. Ora, o desafio é que a vida dos dias de hoje tende a afastar violentamente uma vida reflexiva. As pessoas utilizam no dia-a-dia muitas falas “clichês” e se resumem aos bordões que vão sobre noticias do time, da novela, da “última polêmica” dos telejornais.

 

Vale insistir que romper com uma vida que nos obriga a cumprir uma série de protocolos, seja no trabalho, na família, entre vizinhos, acaba por nos impor um circuito no qual parece ser impossível romper com ele. Levar uma vida pensada e crítica no sentido de procurar saber as causas disto ou daquilo é um exercício raro nos dias de hoje. Mais a frente, já na página 46, “assim, só deveis avançar, na vida social, esclarecido pelos princípios que a tornam honrosa é útil”.  Portanto, convidar alguém para “polir e repolir” a P.`.P.`. é exatamente isto. Diria os estudantes de Filosofia que seria a arte de encontrar “pêlo em ovo”. Porém, não nos resta dúvida de que o convite feito em “concitando-vos” não é outro.

            

Ser reflexivo e crítico é um traço que se espera do maçom. Claro que iremos encontrar dificuldades entre os Confrades quando um irmão leva a sério o manual. Aqui vale lembrar aos próprios M.`.M.`. o quanto comumente agimos totalmente contrário ao que está bem debaixo de nossos olhos. O que é pior ainda, o quanto está se tornando comum IIr.`. ostentarem vários graus e estar cometendo aquele crime “simbólico” referente aos “infames Compp.`.” que quiseram se passar por alguém de conhecimentos XY, mas que só tinham X.  Forçar um Ir.`. a conclusões apressadas ou mesmo não saber pensar de forma crítica é tomar só a ultima palavra da citação acima: “útil”. Esquecendo da que antecede ela: “horosa”.

 

Acabamos por cometer o erro mais comum de só se envolver em coisas que nos será útil. Porém, nesse desejo sincero de acessar a realidade da forma mais proveitosa para uma vida de qualidade, acabamos por reduzir as possibilidades de ação nessa mesma realidade.

 

Esse dilema era muito comum entre amigos da minha adolescência. Como também é para os alunos de Ensino Médio para quem profiro aulas de Filosofia. Ou seja, o dilema consiste em “arrumar” um emprego ou dar sequência na vida de estudos? O fato é que os jovens de classe média que só irão pensar em emprego depois da faculdade, isto lá pelos 25 anos de idade. Enquanto jovens das classes economicamente baixas entram o mais cedo no mundo do trabalho por necessidades materiais urgentes. Menos qualificados, tendem a terem salários menores, enquanto os de classe média alta, que retardam o máximo a entrada no mundo do trabalho, acabam por terem melhores salários. Este é um exemplo complexo, pois houve um movimento massivo de pessoas escolarizadas e não houve expansão da economia para absorver esses indivíduos. Excesso de oferta dessa mão de obra acabou por acarretar uma desvalorização da mesma, seguindo o princípio da “oferta e procura”. Esse fenômeno fez consolidar a ideia que a prática é a forma mais apropriada de lidar com a realidade.

 

Contribuindo para uma vida “praticista” que tende a valorizar o útil em detrimento do reflexivo. A cultura de massa, amplamente estuda nas Ciências Sociais e Humanas (Direitos, Antropologia, Sociologia, et.) caracteriza-se por isso. Mas não podemos esquecer que nesse ponto em discussão do manual de Comp.`. o convite é para uma vida no estilo da Ética de Aritóteles: o equilíbrio é o melhor caminho.

 

Ainda que no parágrafo que começa com “Assim, em pleno oceano da vida, em meio das vagas tempestuosas das paixões(…)”. Isto é, no meio da “correria da vida” esperamos que através da convivência entre maçons e que esse espírito de fraternidade, portanto, algo que rompe com a esfera do utilitarismo, possa lhe propor outro caminho. Aquele da reflexão. Porém, pessoalmente o próprio manual se trai com a seguinte afirmação: “(…) para que, retomando a régua simbólica de vossa consciência, traceis o mais curto e o mais belo caminho da vida útil e proveitosa e vos torneis digno filho de vossas obras”. (p. 46) Esse “útil e proveitosa” me parecem encaminhar em oposição ao convite inicial de “polir e repolir” algo que já é polido. Traça um caminho útil pode certamente ser entendido de duas formas. Deverás, ninguém se empenham em algo dispendioso. O convite a “polir e repolir” visa não um passa tempo, ao estilo dos “entretenimentos” midiáticos, mas um salto da esfera da quantidade para a da qualidade. Aliás, salto fundamental no surgimento da Filosofia entre os Gregos Antigos, isto lá nos séculos VI e V a.C.. Nesse sentido, “traceis o mais curto e o mais belo caminho da vida útil” pode ser compreendido equivocadamente como um incentivo para o “praticismo” sem pensar.

 

Nas citações acima, a alavanca é metáfora para se ter força nessa jornada de ruptura com uma vida ordinária e entrada em uma vida reflexiva. Romper com uma vida quantitativa para uma qualitativa.

 

Fim

 

Se você desejar continuar a procurar mais informação, você poderá seguir a leitura. Abaixo segue referências, conceitos, etc.

 

 

Referências Bibliográficas utilizadas:

 

 

 


[i] ARTE (gr. Téxvr|; lat. Ars; in. Art; fr. Art; ai. Kunst; it. Arte). Em seu significado mais geral, todo conjunto de regras capazes de dirigir uma atividade humana qualquer. Era nesse sentido que Platão falava da A. e, por isso, não estabe- leceu distinção entre A. e ciência. A., para Platão, é a arte do raciocínio (Fed., 90 b), como a pró- pria filosofia no seu grau mais alto, isto é, a dialética (Fed., 266 d); A. é a poesia, embora lhe seja indispensável a inspiração delirante (ibid., 245 a); A. é a política e a guerra (Prot., 322 a); A. é a medicina e A. é respeito e justiça, sem os quais os homens não podem viver jun- tos nas cidades (Ibid., 322 c, d). O domínio global do conhecimento é dividido em duas A., a judicativa (KpiTtKf| o u YVCOCTUKTÍ) e a dispositiva ou imperativa (ÈnixaKiiKtí ou È7riOTaTiKf|), das quais a primeira consiste simplesmente em conhecer e a segunda em dirigir determinada atividade com base no conhecimento (Pol, 260 a, b; 292 c). Desse modo, para Platão a A. com- preende todas as atividades humanas ordena- das (inclusive a ciência) e distingue-se, no seu com- plexo, da natureza (Rep., 381 a). — Aristóteles restringiu notavelmente o conceito de A. Em primeiro lugar, retirou do âmbito da A. a esfera da ciência, que é a do necessário, isto é, do que não pode ser diferente do que é. Em segundo lugar, dividiu o que não pertence à ciência, isto é, o possível (que “pode ser de um modo ou de outro”) no que pertence à ação e no que per- tence à produção. Somente o possível que é objeto de produção é objeto da A. Nesse senti- do, diz-se que a arquitetura é uma A.; e a A. se define como o hábito, acompanhado pela ra- zão, de produzir alguma coisa (Et. nic, VI, 3-4). O âmbito da A. vem, assim, a restringir-se mui- to. São A. a retórica e a poética, mas não é A. a analítica (lógica), cujo objeto é necessário. São A. as manuais ou mecânicas, como é A. a me- dicina, ao passo que a física ou a matemática não são A. Esse é, pelo menos, o ponto de vista do Aristóteles maduro, já que as páginas com que se abre a Metafísica parecem estabelecer

 

ARTE 82 ARTEFATO

uma distinção puramente de grau entre a A. e a ciência, colocando a A. como intermediária entre a experiência e a ciência. Mesmo aquelas páginas se concluem, porém, com a afirmação de que a sabedoria é antes conhecimento teó- rico do que A. produtiva (Met., I, 1, 982 a 1 ss.). Essa distinção aristotélica não foi, porém, ado- tada em todo o seu rigor pelo mundo antigo e medieval. Os estóicos ampliaram de novo a noção de A., afirmando que “a A. é um conjun- to de compreensôes”, entendendo por com- preensão o assentimento ou uma representa- ção compreensiva (SEXTO EMPÍRICO, Pirr. hyp., III, 241, Adv. dogm., V, 182); na verdade, essa definição não permite distinguir A. de ciência. E Plotino, que, por sua vez, faz tal distinção porque quer conservar o caráter contemplativo da ciência, distingue as A. com base em sua relação com a natureza. Distingue, portanto, a arquitetura e as A. análogas, cuja finalidade é a fabricação de um objeto, das A. que se limitam a ajudar a natureza, como a medicina e a agri- cultura, e das A. práticas, como a retórica e a música, que tendem a agir sobre os homens, tornando-os melhores ou piores (Enn., IV, 4, 31). A partir do séc. I foram denominadas “A. liberais” (isto é, dignas do homem livre), em contraste com as A. manuais, nove disciplinas, algumas das quais Aristóteles teria denomina- do ciências, e não artes. Essas disciplinas foram enumeradas por Varrão: gramática, retórica, lógica, aritmética, geometria, astronomia, mú- sica, arquitetura e medicina. Mais tarde, no séc. V, Marciano Capela, em Núpcias de Mercúrio e da filologia, reduzia a sete as A. liberais (gra- mática, retórica, lógica, aritmética, geometria, astronomia e música), eliminando as que lhe pareciam desnecessárias a um ser puramente espiritual (que não tem corpo), isto é, a arqui- tetura e a medicina, e estabelecendo assim o curriculum de estudos que deveria permane- cer inalterado por muitos séculos (v. CULTURA). S. Tomás estabelecia a distinção entre A. liberali e A. servili com o fundamento de que as pri- meiras destinam-se ao trabalho da razão, as segundas “aos trabalhos exercidos com o cor- po, que são de certo modo servis, porquanto o corpo está submetido servilmente à alma e o homem é livre segundo a alma” (S. Th., II, 1, q. 57, a. 3, ad 3). Contudo, a palavra A. continuou designando, por longo tempo, não só as A. liberais mas também as A. mecânicas, isto é, os ofícios, assim como ocorre ainda hoje, pois entendemos por A. ou artesão um ofício ou

quem o pratica. Kant resumiu as características tradicionais desse conceito ao fazer a distinção entre A. e natureza, de um lado, e entre A. e ciência, do outro; e distinguiu, na própria A., a A. mecânica e a A. estética. Sobre esse último ponto, diz: “Quando, conformando-se ao co- nhecimento de um objeto possível, a A. cum- pre somente as operações necessárias para realizá-lo, diz-se que ela é A. mecânica; se, porém, tem por fim imediato o sentimento do prazer, é A. estética. Esta é A. aprazível ou bela A. É aprazível quando sua finalidade é fazer que o prazer acompanhe as representações enquanto simples sensações; é bela quando o seu fim é conjugar o prazer às representações como formas de conhecimento’1 (Crít. doJuízo, § 44). Em outros termos, a bela A. é uma espé- cie de representação cujo fim está em si mesma e, portanto, proporciona prazer desinteressa- do, ao passo que as A. aprazíveis visam somen- te a fruição. A essa concepção de A. remetem- se ainda hoje os que vêem nela a libertação das restrições impostas pela tecnocracia (MARCUSE, One Dimensional Man, 1964, pp. 238 ss.), ou pelo menos um meio de corrigi-las, fazendo valer, nesse sistema, a.expressão da personali- dade individual (GALBRAITH, The New Indus- trial State, 1967, p. XXX).

 

Embora ainda hoje a palavra A. designe qualquer tipo de atividade ordenada, o uso culto tende a privilegiar o significado de bela A. Dis- pomos, de fato, de um termo para indicar os procedimentos ordenados (isto é, organizados por regras) de qualquer atividade humana: é a palavra técnica. A técnica, em seu significado mais amplo, designa todos os procedimentos normativos que regulam os comportamentos em todos os campos. Técnica é, por isso, a palavra que dá continuidade ao significado original (platônico) do termo arte. Por outro lado, os problemas relativos às belas A. e a seu objeto específico cabem hoje ao domínio da estética (v.).

 

[ii] Forma (filosofia da linguagem)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Na filosofia da linguagem, a forma é dos funtivos que, junto com a noção de “Conteúdo”, compõem a totalidade da noção de “Signo1 . Ou, como sintetiza Rudolf Arnheim, “forma é a configuração visível do conteúdo”2 . Na semiótica e semiologias tradicionais (Peirce e Saussure), “forma” é o mesmo que “significante“, em oposição a “significado” ou “interpretante”. Em sentido amplo, “forma” pode ser definido como a parte de qualquer fenômeno que tem a função de motivar um sentido na mente de um intérprete. Essa motivação de sentido é via de regra de natureza empírica, o que faz com que a noção de “forma” esteja muitas vezes associada à materialidade dos fenômenos perceptíveis, sobretudo no campo da visualidade. Não admira, portanto, que em termos convencionais, a noção de “forma” seja ora compreendida como “a configuração física dos seres e das coisas”, ora como a “aparência física de uma ser ou de uma coisa”.3 Nesses termos, a “forma” de uma “mesa”, por exemplo, consistiria no conjunto de disposições físicas – cores, dimensões, texturas, tonalidades – capazes de afetar os sentidos da visão e do tato. O próprio “formato” da “mesa” – tampo horizontal sobre quatro estruturas verticais que tocam o chão – seria parte da “forma” da “mesa”. Por outro lado, em oposição a essa noção empirista de “forma”, há ainda a possibilidade de se considerar a “forma” de certos conceitos, como por exemplo no caso da forma “O” em relação ao conceito de circunferência. Nesse caso, a forma “O” pode ser tratada de forma ideal, como quando pensamos num “O” como a parte “formal” de um determinado “conteúdo”(“círculo”, no caso). Por esse caminho, “forma” é ainda uma noção responsável pela motivação de um dado conteúdo, embora agora tal motivação não nasça de uma experiência empírica, mas sim, por assim dizer, de uma experiência mental. Como se vê, ambas posições – empírica e idealista – discordam apenas quanto à natureza da motivação “formal” (num a motivação se dá na percepção, noutra, na própria mente), mas não quanto à sua posição oposta e ao mesmo tempo complementar em relação à noção de “conteúdo” (ou “significado”).

Inseparabilidade entre “forma” e “conteúdo”[editar]

Boa parte dos especialistas em linguagem, no entanto, concordam que a separação do signo em “forma” e “conteúdo” é apenas uma separação didática realizada para fins de análise semiótica. Como explica Roland Barthes, “forma” e “conteúdo” são duas faces constitutivas do mesmo fenômeno, como no caso dos dois lados de uma mesma folha de papel: corte um lado e o outro será inevitavelmente afetado. Desse modo, “forma” e “conteúdo” compõem o próprio processo de interpretação do mundo. Na experiência concreta da realidade, não vemos primeiro a “forma” das coisas para depois interpretar-lhes o “sentido” ou “conteúdo”. Essa separação não ocorre na experiência, pois é fruto de uma cisão meramente teórica. Além disso, vários autores concordam com o fato de que a relação entre “forma” e “conteúdo” não é simétrica, ou seja, de que para cada “forma” x haverá muitos conteúdos x1, x2, x3 etc, tantos quantos forem os intérpretes e suas respectivas capacidades de interpretação (ou seus respectivos repertórios”).4

Referências

1.     Para Roland Barthes, o “signo” é sempre composto de dois planos complementares: a “Forma” (ou “Significante” ou “Expressão”, conforme conceito de Hjelmslev) e o “Conteúdo” (ou “Significado”). BARTHES, Roland. Elementos de semiologia. São Paulo: Cultrix / USP, 1971, p. 43.

2.     ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual. São Paulo: Pioneira, 1997, p. 89

3.     Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009, p. 916.

4.     ECO, Umberto. As formas do conteúdo. São Paulo: Perspectiva, 1999, p. 66.

Fontes[editar]

ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual. São Paulo: Pioneira, 1997.

BARTHES, Roland. Elementos de semiologia. São Paulo: Cultrix / USP, 1971.

COELHO NETTO, José Teixeira. Semiótica, informação e comunicação. São Paulo: Perspectiva, 1999.

DERRIDA, Jacques. Gramatologia. São Paulo: Perspectiva, 1973.

ECO, Umberto. As formas do conteúdo. São Paulo: Perspectiva, 1999.

GREIMAS, Algirdas Julien. Sobre o sentido: ensaios semióticos. Petrópolis: Vozes, 1975.

HJELMSLEV, Louis. Prolegômenos a um teoria da linguagem. São Paulo: Perspectiva, 1975.

PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica e Filosofia. São Paulo: Cultrix, 1975.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações Filosóficas. Petrópolis: Vozes, 1994.

 

[iii] Forma (filosofia da linguagem)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Na filosofia da linguagem, a forma é dos funtivos que, junto com a noção de “Conteúdo”, compõem a totalidade da noção de “Signo1 . Ou, como sintetiza Rudolf Arnheim, “forma é a configuração visível do conteúdo”2 . Na semiótica e semiologias tradicionais (Peirce e Saussure), “forma” é o mesmo que “significante“, em oposição a “significado” ou “interpretante”. Em sentido amplo, “forma” pode ser definido como a parte de qualquer fenômeno que tem a função de motivar um sentido na mente de um intérprete. Essa motivação de sentido é via de regra de natureza empírica, o que faz com que a noção de “forma” esteja muitas vezes associada à materialidade dos fenômenos perceptíveis, sobretudo no campo da visualidade. Não admira, portanto, que em termos convencionais, a noção de “forma” seja ora compreendida como “a configuração física dos seres e das coisas”, ora como a “aparência física de uma ser ou de uma coisa”.3 Nesses termos, a “forma” de uma “mesa”, por exemplo, consistiria no conjunto de disposições físicas – cores, dimensões, texturas, tonalidades – capazes de afetar os sentidos da visão e do tato. O próprio “formato” da “mesa” – tampo horizontal sobre quatro estruturas verticais que tocam o chão – seria parte da “forma” da “mesa”. Por outro lado, em oposição a essa noção empirista de “forma”, há ainda a possibilidade de se considerar a “forma” de certos conceitos, como por exemplo no caso da forma “O” em relação ao conceito de circunferência. Nesse caso, a forma “O” pode ser tratada de forma ideal, como quando pensamos num “O” como a parte “formal” de um determinado “conteúdo”(“círculo”, no caso). Por esse caminho, “forma” é ainda uma noção responsável pela motivação de um dado conteúdo, embora agora tal motivação não nasça de uma experiência empírica, mas sim, por assim dizer, de uma experiência mental. Como se vê, ambas posições – empírica e idealista – discordam apenas quanto à natureza da motivação “formal” (num a motivação se dá na percepção, noutra, na própria mente), mas não quanto à sua posição oposta e ao mesmo tempo complementar em relação à noção de “conteúdo” (ou “significado”).

Inseparabilidade entre “forma” e “conteúdo”[editar]

Boa parte dos especialistas em linguagem, no entanto, concordam que a separação do signo em “forma” e “conteúdo” é apenas uma separação didática realizada para fins de análise semiótica. Como explica Roland Barthes, “forma” e “conteúdo” são duas faces constitutivas do mesmo fenômeno, como no caso dos dois lados de uma mesma folha de papel: corte um lado e o outro será inevitavelmente afetado. Desse modo, “forma” e “conteúdo” compõem o próprio processo de interpretação do mundo. Na experiência concreta da realidade, não vemos primeiro a “forma” das coisas para depois interpretar-lhes o “sentido” ou “conteúdo”. Essa separação não ocorre na experiência, pois é fruto de uma cisão meramente teórica. Além disso, vários autores concordam com o fato de que a relação entre “forma” e “conteúdo” não é simétrica, ou seja, de que para cada “forma” x haverá muitos conteúdos x1, x2, x3 etc, tantos quantos forem os intérpretes e suas respectivas capacidades de interpretação (ou seus respectivos repertórios”).4

Referências

5.     Para Roland Barthes, o “signo” é sempre composto de dois planos complementares: a “Forma” (ou “Significante” ou “Expressão”, conforme conceito de Hjelmslev) e o “Conteúdo” (ou “Significado”). BARTHES, Roland. Elementos de semiologia. São Paulo: Cultrix / USP, 1971, p. 43.

6.     ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual. São Paulo: Pioneira, 1997, p. 89

7.     Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009, p. 916.

8.     ECO, Umberto. As formas do conteúdo. São Paulo: Perspectiva, 1999, p. 66.

Fontes[editar]

ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual. São Paulo: Pioneira, 1997.

BARTHES, Roland. Elementos de semiologia. São Paulo: Cultrix / USP, 1971.

COELHO NETTO, José Teixeira. Semiótica, informação e comunicação. São Paulo: Perspectiva, 1999.

DERRIDA, Jacques. Gramatologia. São Paulo: Perspectiva, 1973.

ECO, Umberto. As formas do conteúdo. São Paulo: Perspectiva, 1999.

GREIMAS, Algirdas Julien. Sobre o sentido: ensaios semióticos. Petrópolis: Vozes, 1975.

HJELMSLEV, Louis. Prolegômenos a um teoria da linguagem. São Paulo: Perspectiva, 1975.

PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica e Filosofia. São Paulo: Cultrix, 1975.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações Filosóficas. Petrópolis: Vozes, 1994.

 

 

 

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