Sim na internet a expressão do título é procurada com frequência. A esse propósito lembro da obra de Jacques Le Goff, renomado historiador francês, sobre o nascimento da figura do intelectual ainda lá no período Medieval. Segundo ele, tal figura surge nas barras dos mosteiros, em geral ex-monges e que, para ganhar a vida, faziam trabalhos intelectuais sob pagamento. (“Os Intelectuais na Idade Média”, 1957).
Nos dias hoje ser intelectual parece ser coisa de retardado. Logo, a turma não gosta muito da privação das leituras e quando chega o momento da produção do TCC entra em pânico. O pior é quando tal atitude se prolonga para os demais estágios da vida acadêmica.
Como professor e já tendo atendido algumas pessoas pude verificar certa lógica na coisa. Em primeiro lugar o trabalho de elaborar uma tese ou dissertação é cansativo e lhe retira da vida ordinária. Em geral, a exemplo, temos profissionais que atuam em outras áreas do saber, no mundo liberal. Essa dinâmica da vida efetivamente nos põe regras diferentes; aquela paciência monástica para fazer conceitos chaves se relacionarem e ainda apresentar algo novo acaba por situar-se fora da rota de tais profissionais.
Mesmo aqueles acostumados a escrever, como são os advogados(as). A lógica de uma dissertação ou tese lhe solicita outros desafios.
O que cabe uma assessoria conceitual do trabalho; serviço que em geral as faculdades não oferecem, mas deveriam. Na medida em que a experiência do mundo ordinário, apesar de ter sua lógica distinta da academia, em muito somaria nos saberes produzidos na forma de mestrados de doutorados.
O que é mais prazeroso é levar à pessoa a perceber que esse aparente fosso tem uma ponte.
Mas vejamos, ponte não é atalho. O trabalho não é velho “fazer-prá-você”, mas lhe auxiliar a ser autor de seu trabalho.
Talvez algumas pessoas que nos procuram até perguntam “se fazemos o TCC” ou a dissertação; penso e logo vemos isso claramente que é apenas uma falta de termos para delinear o que se espera mesmo: uma assessoria personalizada na construção de um trabalho específico.
E não tem jeito; quase ninguém se propõe a escrever para; o auxílio é junto; até porque existe uma originalidade e ela só se manifesta quando uma cabeça pensa a coisa; uma mesma cabeça não consegue tal proeza em vários campos. Ademais, considerando os valores do trabalho, pois implica em tempo de dedicação, os que estão dispostos a pagar, não só tem condições para tal, mas por isso mesmo já são pessoas que se bem orientadas irão perceber que elas tem uma originalidade a contribuir com o mundo intelectual. Abrir mão disso não a postura desse que já é inventivo fora da academia.
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