Concurso para professor

Concurso para professor

retirado do blog O FIM

O texto versa sobre o RS, mas podemos dizer o mesmo em SP. Sabemos com antemão quando o concurso é para passar ou para reprovar. 
A primeira dica está na empresa contratada para fazer o concurso. Isto mesmo, para os professores das Escola Públicas quem faz a prova são os ” pensadores” das universidades. Entre eles, claro, são os pares que elaboram as provas e, óbvio, disfarçam o privilégio, a panela. 
Mas sobre a empresa. A CESGRANRIO é para reprovar. A Fundação Carlos Chagas é para passar. 
Bem, depois do Serra ter acusado a Marta pelo Aref, tudo é possível. 


“O concurso do magistério tinha o objetivo de reprovar os professores em massa”

Transcrevo abaixo, na íntegra, a carta do leitor publicado no jornal Correio do Povo do dia 21 de maio de 2012, de autoria de Joice Colbeich, de Farroupilha.

“Gostaria
de esclarecer aos milhares de leitores que leram as capas de todos os
jornais do dia 18 de maio, nas quais está estampado que 90% dos
professores são reprovados no concurso do magistério em 2012, que esse
tão fatídico concurso tinha justamente este objetivo, de reprovar os
professores em massa para arrastar pela lama o pouco brio que resta a
essa classe tão sofrida e mostrar para a população que não são
merecedores desse piso pelo qual têm lutado com tanto empenho, pois nem
em um concurso conseguem passar. 

Essa
prova era dividida em cinco partes (português, legislação,
conhecimentos pedagógicos, conhecimentos específicos e da área de
formação), pois, para passar, o professor deveria acertar, no mínimo,
60% de cada um dos itens. Ou seja, poderia gabaritar todas as questões
em quatro itens, porém se não conseguisse apenas uma questão em apenas
um dos itens, estaria reprovado. Então, para passar, não bastaria saber
60% da prova. Há alguns colegas que acertaram 48 questões das 60
disponíveis no concurso e nem assim passaram.”

Exato,
Joice. Concordo contigo. O concurso do magistério tinha sim a intenção
de reprovar o máximo possível. Eu fiz o concurso. E não estou
concordando porque fui reprovado. Não, eu fui aprovado, e com boa nota,
9,1, acertando 52 das 60 questões. Porém, se eu tivesse errado uma só
questão a mais, teria sido reprovado, mesmo ficando com a nota 9,0. Ou
seja, é um absurdo alguém ser reprovado em um concurso que ficou com
nota 9,0. Explico: na verdade, a parte de legislação contava com 25
questões, subdividida em direito constitucional e em legislação da área
da educação. 10 e 15 questões, respectivamente. Gabaritei a primeira
parte e acertei os exatos 60% da segunda. Se tivesse errado uma só
questão, teria sido reprovado. Mas minha nota continuaria na casa dos
9,0, porque as questões que acertei tinham valor maior. Sei de pessoas
que ficaram com nota acima de 8,0 e foram reprovadas. 

E mais:
25 questões de 60 só sobre legislação? Para quê? De conhecimentos
específicos eram apenas 10! Ou seja, um professor deve saber mais sobre
legislação do que da sua própria área de conhecimento?
Só pode ser piada. Ah, deve ser porque os professores devem conhecer muito legislação para depois poderem processar o
governo do Estado por não estar CUMPRINDO COM A LEI que o OBRIGA a
pagar o piso salarial. Cidadão fora da lei não pode, mas governo pode?

Fora isso, não vou nem mencionar o fato de que a prova era extremamente
cansativa e desgastante, com questões-textos gigantescas.

Juntando
todos esses elementos, torna-se claro que o objetivo da SEC era a
reprovação em massa. Para quê? Há vários motivos. Como disse a Joice,
desmoralizar
os professores um pouquinho mais, para tentar fazer eles ficarem
quietos. E também para seguir com as contratações, pois um contratado
recebe menos que um nomeado e possui menos direitos. E ainda para poder
realizar um outro concurso com taxas de inscrição estratosféricas, como
foi este último, e assim seguir enchendo os cofres do governo às custas
do sacrifício do magistério. 

Esse
é o Brasil, que deseja ingressar no primeiro mundo. Não, antes vai ter
que acertar, no mínimo,  60% de cada lição. A primeira delas: professor
desvalorizado resulta em educação ruim. E educação ruim resulta em país
de merda.

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