Resumo: Este artigo realiza uma análise comparativa do conceito de liberdade na obra “A Liberdade Cristã” (1520) de Martinho Lutero e na filosofia de Baruch de Espinosa, particularmente em sua “Ética”. O objetivo é identificar os pontos de convergência e divergência entre a liberdade como dom da graça divina mediado pela fé (Lutero) e a liberdade como autodeterminação racional conforme a necessidade da natureza (Espinosa). Utilizando metodologia de análise bibliográfica e conceitual, o estudo explora o paradoxo luterano da liberdade interior e servidão exterior, a justificação pela fé e a libertação da lei, contrastando-os com a crítica espinosana ao livre-arbítrio, a liberdade como conhecimento adequado das causas e aumento da potência de agir. Convergências são notadas na ênfase na interioridade da liberdade e na crítica a concepções ilusórias. Contudo, as divergências são mais profundas, abrangendo os fundamentos (teológico vs. filosófico), as concepções de Deus (transcendente vs. imanente), a relação com a lei e a necessidade, o determinismo e o objetivo final (salvação vs. beatitude). Conclui-se que, apesar de compartilharem uma busca pela emancipação da servidão, Lutero e Espinosa oferecem caminhos e destinos radicalmente distintos para a liberdade humana, enriquecendo a compreensão de suas múltiplas dimensões.

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RESENHA
JABBOUR, Elias; GABRIELE, Alberto. China: O Socialismo do Século XXI. São Paulo: Boitempo, 2021.

Cídio Lopes de Almeida
[sem revisão por pares]
Resumo
A proposta do livro oferece uma análise da China como um exemplo singular de socialismo de mercado no século XXI, contrastando sua trajetória com outras experiências socialistas e capitalistas. Os autores exploram a formação econômico-social chinesa, destacando o papel central do Estado e do planejamento compatível com o mercado, além de examinar a evolução de seu setor produtivo e financeiro. Adicionalmente, o texto aborda conceitos marxistas revisitados, a lei do valor sob diferentes modos de produção e a relevância da cooperação e do comportamento humano na ciência econômica, buscando fundamentos teóricos para compreender a complexidade do modelo chinês e suas implicações globais. A obra também compara brevemente a experiência vietnamita, laonense e cambojana ressaltando similaridades e diferenças em suas abordagens de desenvolvimento de orientação socialista. Em conclusão, é saliente que se trata de uma obra para ser estudada, não propriamente lida em uma única vez. Nosso esforço nessas anotações foi de estudo pessoal da obra.

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A obra de Marilena Chaui, organizada por André Rocha, investiga as raízes históricas e as manifestações contemporâneas do autoritarismo no Brasil. Os ensaios reunidos, escritos entre as décadas de 1970 e 2000, analisam criticamente as ideologias que sustentaram regimes autoritários e que persistem na sociedade brasileira. A autora examina desde o mito do “homem cordial” até a crítica da ideologia da competência e do nacionalismo desenvolvimentista, buscando desvendar as formas sutis pelas quais o autoritarismo se infiltrou na democracia. Ao reunir esses textos, o volume incentiva a reflexão sobre a gênese do autoritarismo e inspira novas formas de combatê-lo.

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O que devemos falar na política? LOPES DE ALMEIDA, C. O que devemos falar na política. AMF3: São Paulo. 2019. Acessível em:https://amf3.com.br/o-que-devemos-falar-na-politica </p><p style=”margin: 0cm 0cm 0.0001pt; line-height: normal; font-size: 12pt; font-family: ‘Bookman Old Style’; color: #000000; letter-spacing: normal; word-spacing: 0px; background-image: initial; background-position: initial; background-size: initial; background-repeat: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial;”>O mundo ocidentalem nossos dias vive a discussão sobre “ser de esquerda ou de direita”. Dois modelos políticos para que as…

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p.p1 {margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; text-align: justify; font: 12.0px ‘Times New Roman’; color: #000000; -webkit-text-stroke: #000000} p.p2 {margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; text-align: justify; font: 12.0px ‘Times New Roman’; color: #000000; -webkit-text-stroke: #000000; min-height: 15.0px} p.p3 {margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; text-align: justify; font: 10.0px ‘Times New Roman’; color: #000000; -webkit-text-stroke: #000000; min-height: 11.0px} span.s1 {font-kerning: none} span.s2 {text-decoration: underline ; font-kerning: none} span.s3 {font-kerning: none; color: #232323; -webkit-text-stroke: 0px #232323} O atual…

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As duas palavras soam como deleite aos olhos/mente/ouvido dos bem nascidos. O gozo com certa frequência se estende aos que não tão bem nascidos, mas assíduos espectadores da Globo, alienam-se das próprias condições concretas em que levam a vida e cria um jogo de ilusão por achar que pode pensar “como se” suas condições fossem também as mesmas de um rentista bem nascido.  Essa ilusão de si, esse pensar “como se” fosse doutra realidade,…

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