O artigo objetiva tratar do aparente paradoxo em que o tema filosofia de vida se mostra no campo religioso brasileiro e perspectivar algumas iniciativas de pesquisa. Apesar de se fazer presente nos documentos formais da área, seja no documento área 44: Ciências das Religiões e Teologia da CAPES ou nas DCN de Ciências das Religiões e mesmo na BNCC, nota-se, por outro lado, uma escassez nas publicações sobre o tema nos periódicos especializadas da área. Sintoma que nos leva a examinar o conceito de campo em Bourdieu para poder, nesta referência, apreciar possíveis causas desta ambiguidade. Perspectiva-se, enquanto desdobramento do exame, discutir estratégias capazes de delinear um horizonte de pesquisa e produção bibliográfica para superar os aspectos de ausência do tema nas publicações da área. A metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica e consulta a documentos oficiais da área.

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Cídio Lopes

Neste breve texto reflexivo e de opinião objetivo apenas desenhar um esboço para questões que parecem resolvidas. A ideia problema é que os adeptos da maçonaria se limitam ao responder à questão e que o campo das Ciências das Religiões pode também contribuir com esta ideia sobre o fenômeno.

O século XIX

Muito do que seja a maçonaria enquanto fenômeno social foi estabelecido no século XIX. Compreender as dinâmicas macros daquele século tem sido necessário para se compreender a maçonaria como fruto daquele tempo. Foi a época da sociologia de Émile Durkheim (1858 – 1917), ou, para além de uma pessoa, época em que a sociedade tinha demandas, as quais foram tematizadas não só por ele, mas por vários outros. Portanto, os temas refletiam certos problemas sociais em tela. O positivismo de Augusto Comte (1798 – 1857), que emprega o termo sociologia pela primeira vez. Pensador que aliás até mesmo tem um importante trabalho sobre a Religião da Humanidade, que é uma ideia de uma religião civil, sem os vínculos habituais com aquilo que se compreendia como religião no contexto europeu.

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O objetivo da resenha é desenvolver algumas notas que relaciona de maneira especulativa uma característica da Maçonaria com o conceito de Força Militar. A hipótese é que a didática ou a pedagogia maçônica assemelha-se à compreensão de cultura militar, que de resto é uma dimensão antropológica da condição humana contra o caos e a favor da produção do sentido, da ordem semântica. Como se trata de um ensaio, nosso método é o especulativo, baseado em encadeamento de argumentos.

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O primeiro passo oficial dado pelo fascismo italiano contra a maçonaria ocorreu em decorrência da deliberação do Grande Conselho Nacional Fascista em 15 de fevereiro de 1923, com a participação do Duce e outros catorze membros do referido Conselho. O resultado foi convidar os fascistas que eram maçons a escolher entre pertencer ao Partido Nacional Fascista ou à maçonaria.
Logo depois, o governo italiano, por meio da chamada Comissão dos Quinze, elaborou um relatório histórico sobre o significado e a obra da maçonaria. Com base nesse relatório, o próprio Mussolini apresentou um projeto de lei à Câmara em 12 de janeiro de 1925, o qual ele mesmo se encarregou de apresentar. Ao reconhecer que o papel desempenhado pelas sociedades secretas no Risorgimento italiano era conhecido por todos, Mussolini afirmou que a existência de tais sociedades se justificava em tempos de escravidão, mas não nos tempos atuais de liberdade. Na nova era, era incompatível com a soberania do Estado. A lei contra a Maçonaria foi finalmente aprovada.

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A nível universal, há mais de meio século, a maçonaria tem sido objeto de atenção acadêmica especial. No caso específico da Ibero-América, devemos muitos e valiosos estudos sobre o tema a pesquisadores espanhóis e latino-americanos. Pioneiros como o espanhol José Antonio Ferrer Benimeli, o cubano Eduardo Torres-Cuevas e os também espanhóis Manuel de Paz e Eduardo Enríquez del Árbol, todos ainda ativos, historicamente lideram uma nova geração de pesquisadores com trabalhos inovadores, diversos e de grande valor historiográfico.

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filosofia de vida

Ao responder à pergunta se a maçonaria é ou não uma religião, é necessário esclarecer as origens, natureza e propósito tanto da maçonaria quanto da Igreja Católica. No entanto, é importante ressaltar que é uma tarefa difícil alcançar uma compreensão completa desses aspectos dentro do escopo desta discussão. No entanto, para fornecer algumas diretrizes para a discussão, podemos oferecer algumas orientações na tentativa de responder a essas perguntas.

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A maçonaria é um fenômeno social, tem suas particularidades, mas continua a ser um aglomerado de pessoas e nesta chave pode ser apreciado sob aspectos das ciências humanas e sociais. Não será tarefa vã abordar o fenômeno sob a ótica da educação, filosofia, etc.

Partir de uma definição do que seja a Maçonaria, feita por ela mesma, parece-nos pertinente. Neste sentido, para a Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil -CMSB, a Maçonaria é uma ”Filosofia de vida, com um sistema de moralidade e ética social (…)” (CMSB, 06/10/22)

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Jean Théophile Desaguliers (1683-1744) (nascido como Desaguillers) esteve na vanguarda de dois movimentos cada vez mais importantes: o newtonianismo e a maçonaria. Desaguliers, membro da Royal Society e amigo pessoal de Isaac Newton, escreveu vários livros e artigos científicos nos quais defendia a filosofia natural de Newton. Ele desempenhou um papel importante na popularização das ideias de Newton. Em Londres, Desaguliers também foi uma figura chave na maçonaria: como Grão-mestre da Grande Loja de Londres em 1719, ele esteve diretamente envolvido na produção de “The Constitutions of the Free-masons” de James Anderson (1723).

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Pedra Bruta

Como explicar para alguém um assunto qualquer? E se esse assunto for sobre terapia?
Por algum motivo a palavra terapia quando é jogada na conversa entre amigos, logo faz povoar o horizonte com a ideia de que é um problema. E na sequência, alguém com problemas. Uma pessoa problemática.
Porém, em outro exemplo, se falarmos em “tomar banho”, poucos irão pensar que somos “impuros” e por isso problemáticos. O fato é que temos uma cultura geral que não vê com “bons olhos” a terapia. E ainda vão além. Sem pensar muito vão logo lhe dando conselhos no sentido de retirar do horizonte a ideia da terapia.

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