A obra, “As Estruturas Antropológicas do Imaginário” de Gilbert Durand, discute a arqueotipologia geral e a natureza do simbolismo humano. Durand explora dois regimes principais de imaginação: o Regime Diurno e o Regime Noturno, explicando suas características e as constelações de símbolos associadas a cada um, como a verticalidade e o movimento no primeiro, e a intimidade e a circularidade no segundo. A obra examina a relação entre a psicologia (incluindo conceitos de Freud e Jung) e a cultura, defendendo uma abordagem metodológica baseada na reflexologia para classificar os arquétipos e entender como os gestos dominantes se traduzem em manifestações culturais. O autor enfatiza que esses regimes simbólicos não são patológicos, mas sim estruturas fundamentais da psique humana que se manifestam em mitos, lendas, artes e até na linguagem.

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A obra Cultos Mistéricos Antiguos de Walter Burkert, baseada em suas quatro Conferências de abril 1982, proferidas na Universidade de Havard, oferece um estudo que tencionou sob uma interpretação em perspectiva pagã dos ritos iniciáticos da Antiguidade Grega. Burkert desmistifica estereótipos, defendendo que os mistérios não eram fenômenos tardios, estritamente orientais ou meramente espirituais no sentido cristão. Ele os define como cerimônias de iniciação voluntárias, pessoais e secretas, visando uma mudança de mentalidade mediante a experiência do sagrado através da vivência (pathein) e não do aprendizado dogmático. O plano conceitual explora as necessidades pessoais e a salvação prática e imediata; as organizações diversas, que não formavam comunidades mistéricas como igrejas (exceção para o mitraísmo hierárquico); as teologias de caráter indizível, ancoradas em mito, alegoria da natureza e platonismo; e a experiência extraordinária do ritual, oscilando entre terror e bem-aventurança. A análise culmina na compreensão da natureza frágil dos mistérios como opções dentro do politeísmo, sem pretensões exclusivistas ou estruturas duradouras, o que contribuiu para seu desaparecimento frente ao cristianismo.

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Resenha   MAFFESOLI, Michel. Elogio da razão sensível. Tradução de Albert Christophe Migueis Stuckenbruck. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.   Cídio Lopes de Almeida [sem revisão por pares]  Resumo: A obra exploram a ideia de uma “razão sensível” proposta por Michel Maffesoli, contrastando-a com o racionalismo moderno e seu enfoque na lógica, separação e objetividade. O autor argumenta que a sociedade contemporânea, marcada pelo tribalismo, emoção e reencantamento do mundo, exige uma nova abordagem que…

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O livro consiste em fragmentos de uma publicação intitulada “Can The Subaltern Speak? Reflections On The History Of An Idea,” [Pode a Subalterna Tomar a Palavra] editada por Rosalind C. Morris, com contribuições de Gayatri Chakravorty Spivak e outros autores. A obra discute extensivamente a questão da subalternidade e a possibilidade de agência e voz dos grupos oprimidos, especialmente mulheres em contextos coloniais e pós-coloniais. Os autores examinam conceitos teóricos como ideologia, poder, representação, e as intersecções de gênero, raça e classe, frequentemente engajando-se com as ideias de pensadores como Marx, Foucault, Deleuze e Derrida. Através de análises de casos específicos, como o sati na Índia e a experiência de trabalhadoras domésticas migrantes em Singapura, os textos investigam as estruturas históricas e sistêmicas que silenciam e exploram sujeitos, ao mesmo tempo em que refletem sobre a prática intelectual e ativista necessária para contestar essas dinâmicas.

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O livro “A psicanálise do fogo” de Gaston Bachelard explora a natureza psicológica e cultural do fogo, indo além de sua compreensão científica ou objetiva. A obra argumenta que a percepção humana do fogo é profundamente influenciada por complexos inconscientes, como o Complexo de Prometeu (o desejo de conhecimento e controle) e o Complexo de Empédocles (o anseio pela fusão com o elemento). Bachelard analisa como o fogo permeia devaneios, mitos, crenças alquímicas, e até mesmo a literatura, revelando sua conotação sexualizada e animista. Ele contrapõe as explicações científicas históricas do fogo, muitas vezes falhas devido a esses preconceitos inconscientes, à riqueza das interpretações subjetivas e simbólicas, evidenciando que o fogo é um “pirômeno” que moldou a mente humana primitiva e continua a influenciar o pensamento.

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Os textos apresentados exploram a Ciência da Religião Aplicada (CRA), diferenciando-a da pesquisa básica e destacando sua relevância prática. Vários autores discutem a necessidade de que cientistas da religião atuem em questões sociais, como a intolerância religiosa, a saúde e o ensino. O debate central gira em torno da objetividade e neutralidade na pesquisa, com alguns defendendo uma abordagem mais engajada na promoção de valores como tolerância e paz, enquanto outros enfatizam a importância da distância acadêmica para manter a integridade intelectual da disciplina. Há um foco particular na aplicação da CRA no campo da saúde, abordando a integração da espiritualidade no atendimento a pacientes, e no ensino religioso, defendendo a capacitação de profissionais da Ciência da Religião para ministrar a disciplina de forma laica e não confessional.

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A resenha aborda o livro La Poétique de L’Espace de Gaston Bachelard, focando na filosofia e na psicologia da habitação. O autor explora como a imaginação e a memória se entrelaçam com a experiência do espaço, particularmente dentro da casa e seus diferentes elementos, como a cave, o sótão, armários e gavetas, e objetos do cotidiano. A obra analisa também a poética associada a refúgios mais primitivos como o ninho e a concha, além de considerar a imensidão e a miniaturização do espaço na rêverie. Bachelard utiliza exemplos literários para ilustrar como esses espaços evocam emoções e pensamentos profundos no leitor.

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A transcrição do vídeo apresenta uma conferência aprofundada ministrada pelo Prof. Dr. Renato Epifânio sobre o conceito de lusofonia — compreendida como uma comunidade cultural, linguística e filosófica formada em torno da língua portuguesa e de seu legado. A exposição aborda a lusofonia sob múltiplas perspectivas: filosófica, histórica, cultural, linguística e geopolítica. Dr. Renato, filósofo, traça as raízes da lusofonia por meio de figuras literárias e filosóficas portuguesas, do impacto global da língua portuguesa e de como a lusofonia atual ultrapassa o âmbito linguístico, incorporando identidades culturais que conectam populações diversas nos continentes europeu, africano, latino-americano e

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O texto examina o conceito de mistagogia, definido como a condução ao mistério divino, particularmente dentro do contexto da iniciação cristã. A autora argumenta que, ao longo do tempo, o cristianismo, especialmente a religião católica, se distanciou de sua origem mística em favor de uma abordagem mais racional e doutrinária, o que teve consequências negativas para a experiência religiosa.

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No dia 07 de junho tive a alegria de poder partilhar um pouco das minhas meditações para uma Comunidade Maçônica na cidade de Socorro SP [Loja Maçônica Mista Amor e União – n. 35]. Os fenômenos maçônicos no Brasil detêm uma diversidade muito rica, e pela primeira vez fui acolhido com muito carinho e fraternidade no âmbito de uma Comunidade Maçônica Mista.
Para mim foram dois momentos salientes, primeiro o próprio fato de participar pela primeira vez de uma sessão com Irmãs, e não os habituais irmãos da fração numericamente majoritária da Maçonaria brasileira. O segundo, que se situa no contexto da pandemia de Covid-19, foi sobre estar presente novamente numa sessão maçônica, minha última participação em atividade havia ocorrido em junho de 2019, portanto há 5 anos atrás.

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