O texto explora o conceito de iniciação em diversas culturas e períodos históricos, desde ritos tribais até manifestações em sociedades modernas. Ele detalha as estruturas e simbolismos comuns aos ritos de passagem, como a morte ritual, o retorno ao útero e o renascimento, que transformam o iniciante de um estado profano para um sagrado. A obra compara rituais de iniciação de meninos e meninas, notando suas particularidades, e analisa a complexidade das iniciações heroicas e xamânicas, que envolvem provações e a aquisição de poderes sobrenaturais. Finalmente, o texto traça a sobrevivência de motivos iniciáticos no cristianismo e na cultura contemporânea, mesmo quando seu significado religioso original é atenuado ou esquecido.

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A obra Cultos Mistéricos Antiguos de Walter Burkert, baseada em suas quatro Conferências de abril 1982, proferidas na Universidade de Havard, oferece um estudo que tencionou sob uma interpretação em perspectiva pagã dos ritos iniciáticos da Antiguidade Grega. Burkert desmistifica estereótipos, defendendo que os mistérios não eram fenômenos tardios, estritamente orientais ou meramente espirituais no sentido cristão. Ele os define como cerimônias de iniciação voluntárias, pessoais e secretas, visando uma mudança de mentalidade mediante a experiência do sagrado através da vivência (pathein) e não do aprendizado dogmático. O plano conceitual explora as necessidades pessoais e a salvação prática e imediata; as organizações diversas, que não formavam comunidades mistéricas como igrejas (exceção para o mitraísmo hierárquico); as teologias de caráter indizível, ancoradas em mito, alegoria da natureza e platonismo; e a experiência extraordinária do ritual, oscilando entre terror e bem-aventurança. A análise culmina na compreensão da natureza frágil dos mistérios como opções dentro do politeísmo, sem pretensões exclusivistas ou estruturas duradouras, o que contribuiu para seu desaparecimento frente ao cristianismo.

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