A maçonaria, como instituição, caminha rumo ao seu declínio, e é plausível prever que ela tenderá ao seu fim em não mais que 50 anos. Nos dias atuais, a maçonaria demonstra uma incapacidade de dialogar com o tempo presente, manifestada de duas formas principais: a falta de uma discursividade sintonizada com as questões contemporâneas, como se verifica na literatura produzida por seus adeptos, e a ausência quase total de jovens em seus quadros. Essa desconexão com o presente e com as novas gerações aponta para um futuro incerto e limitado.

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No famoso livro Assim Falou Zaratustra, de Friedrich Nietzsche, a personagem, Zaratustra, após ter se retirado para as montanhas, decide voltar para o convívio da humanidade para comunicar a ela as suas meditações, pelo que percebe logo de início a necessidade de ter discípulos. O estranho, estampado pela obra ficcional, é que o seu primeiro discípulo era alguém recém falecido. Outra cena que nos permite contextualizar o tema que desejo arrolar nessa resenha é a memória de um Jesus de Nazaré com seus discípulos. A ideia de pensar o tema da ancestralidade na maçonaria parece nos remeter a esse tipo de convivência fraternal, entre mestres e discípulos, por onde a ancestralidade é vivenciada. Na história da Filosofia, Sócrates e seus discípulos Platão e Euclides, para ficar em dois famosos, é outro exemplo emblemático. Como de um mestre ter originado tradições distintas, expressas na filosofia de Platão e no logicismo de Euclides de Mégara.

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A resenha objetiva rascunhar uma hipótese sobre o presente e o desafio maçônico em arrancar-lhe seu sentido. Nossa hipótese é que patinamos, expresso pelo corrente pessimismo e idealização de um passado sem males, e somos levados a reboque das modas imperialistas de sentido. Nosso método é o reflexivo hipotético. Esperamos como resultado partilhar uma resenha pontual com a comunidade maçônica que se sente vanguarda a pensar nos nossos dias. Justifica-se o teor da resenha na medida que a atividade de investigar a verdade é um dos pontos fundamentais dessa sociabilidade baseada em Filosofia de Vida.

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Em retrospectiva, apreciar o que escrevemos é um bom exercício de filosofia de vida. O texto, de certo modo, nos mostra a nós mesmos. Decerto, a primeira reação ao ler antigos textos tende a despertar uma vontade de reescrever o que fizemos ou mesmo a gerar um certo desconforto com o que produzimos. Essa oportunidade nos leva a refletir sobre o que é a realidade e como a idealizamos. O filósofo luso-brasileiro Agostinho da…

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O site AMF3 é um verdadeiro baú para pesquisadores em Ciências das Religiões e adeptos da Maçonaria, oferecendo um acervo com uma abordagem diversificada que une filosofia, história, espiritualidade/filosofia e análise crítica. Com centenas de posts [de variado nível de elaboração], o conteúdo disponibilizado no site aborda desde os fundamentos da maçonaria e sua relação com a Igreja Católica até reflexões profundas sobre filosofia de vida, ética e sociedade. Para pesquisadores, o site é…

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O texto procura evidenciar como os silenciamentos históricos na Lusofonia perpetuam estereótipos e tabus, dificultando a construção de relações autênticas e a identidade coletiva. A hipótese central é que a falta de diálogo aberto e a desconfiança mútua impedem a criatividade cultural. Utilizando uma abordagem crítico reflexiva, apoia-se em conceitos que encontram ecos uma ideia de Mia Couto. Conclui-se que as mídias sociais e as Tecnologias de Informação e Comunicação podem ajudar a superar esses silenciamentos, mas seu uso em contextos educacionais ainda é limitado.

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A obra examina a história das mulheres na Maçonaria francesa, desde o século XVIII até o século XX. Diversos artigos acadêmicos, conferências e documentos históricos são citados, abordando a criação e evolução de lojas de Adoção, rituais específicos para mulheres e o debate sobre a inclusão feminina na maçonaria. A pesquisa explora diferentes abordagens, incluindo a análise de rituais, a participação de mulheres influentes e as reações da sociedade e da própria Maçonaria masculina a essa presença feminina. O texto também aborda a criação de obediências maçônicas mistas, explorando a trajetória dessas organizações e suas implicações sociais e políticas. Finalmente, a análise se estende até a formação de organizações exclusivamente femininas, mostrando uma evolução complexa e multifacetada da participação das mulheres na Maçonaria francesa.

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Ensino Religioso no Ensino Fundamental Anos Iniciais.   Apresentação O presente roteiro, disponibilizado no site AMF3 tem como objetivo incentivar colegas professoras [alguns raros colegas professores] da Educação Fundamental Anos Iniciais a promoverem em suas atividades, enquanto regentes de classe que ministram todos os conteúdos preconizados na BNCC para este segmento da Educação, a perceberem os aspectos de que se trata de uma componente não-confessional. Antes de termos um contato com os profissionais licenciados…

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As redes sociais Instagram, Facebook e Reddit representam modelos distintos de interação digital, refletindo dinâmicas clássicas da sociologia. No Instagram, a arquitetura técnica baseada em algoritmos de engajamento e microserviços sustenta uma sociabilidade visual centrada em influenciadores, status e validação por likes, alinhando-se à anomia durkheimiana (falta de normas morais unificadas) e à racionalização weberiana (métrica das emoções). Já o Facebook, com sua estrutura de conexões simétricas (amizades mútuas) e comunidades em grupos, oscila entre promover solidariedade orgânica (Durkheim) e reforçar câmaras de eco e polarização, enquanto seu algoritmo de News Feed atua como uma burocracia invisível (Weber), metricizando relações. O Reddit, organizado em subreddits e anonimato, encarna tribos digitais com solidariedade mecânica (Durkheim) em nichos temáticos, mas enfrenta tensões entre meritocracia do karma (Weber) e a proliferação de comportamentos tóxicos devido à ausência de identidades fixas. Para Durkheim, essas plataformas revelam novos rituais coletivos (como Stories e AMAs) e riscos de fragmentação moral; para Weber, ilustram a gaiola de ferro algorítmica, onde até a sociabilidade é racionalizada. Essas análises destacam como arquiteturas técnicas, algoritmos e modelos de interação remodelam a coesão social, o status e o poder na era digital, temas essenciais para pesquisas sobre redes sociais, teoria sociológica clássica e impacto da tecnologia nas relações humanas.

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O livro apresenta excertos de “Os Mestres da Verdade na Grécia Arcaica” de Marcel Detienne, focando na evolução da noção de verdade (Alétheia) na Grécia Antiga. O livro analisa como a concepção de verdade se transforma, passando de uma noção mágica-religiosa ligada a figuras de autoridade como reis e poetas, para uma concepção mais racional e laica, associada ao diálogo e à política, no século VI a.C. A obra explora a relação entre linguagem, memória, e justiça, contrastando a palavra eficaz do mito com a palavra dialógica da polis. Detienne examina diferentes contextos sociais e institucionais, como assembléias, jogos funerários e práticas jurídicas, para compreender a transformação do conceito de Alétheia. O prefácio de Pierre Vidal-Naquet contextualiza a obra, destacando o paradoxo da existência de “mestres da verdade” e a complexidade do processo de transição do mito para a razão. O estudo usa a lexicologia estrutural para investigar a semântica de termos-chave, iluminando a pré-história da reflexão filosófica sobre o ser.

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