Gostamos de olhar com certo estado de ternura para queles gregos e suas historietas, denominada de mitos. Quanto estudamos aqueles dramas o achamos tão distantes de nós. Enfim, são coisas de um passado muito, muito distante.
Nos dias hoje temos vários mitos, para espanto desses. Dentre os vários quero falar da escola pública ou da ideia da escola boa.
Em primeiro lugar o mito pós-Revolução francesa de que todos devem ser escolarizados. Claro, para que compreendam bem o que é a famigerada cidadania.
Dentro do mesmo mito, que todos nascemos para a escola, temos a variação “escola boa”.
O que é uma escola boa?
Sabemos aqui em SP que não é a pública, pois a definição dessa é “para-quem-não-pode-pagar”. Então, o que é então a escola boa? É aquela que lhe torna vassalo feliz da cultura norte-americana. Que ensina o inglês e que lhe conduza para passear no parquinho da Disney. Que lhe ensina que “esse país” é uma merda; e que todo político é ladrão.
Também lhe ensina a ser “competitivo”, proativo, a ser loiro de olhos azuis, alto, atleta. A fazer intercâmbio, que por natureza algo que implica morar nos EUA.
O mito da boa escola portanto é um mito na medida em que é falso. Não é possível segundo o modelo de escola boa todas assim serem. Logo, é falso tal ideal a ser perseguido. Você precisa sim da escola que forme o “negro”, o “preto”, serviçal, porteiro, pedreiro, doméstica, ‘operacional”.
Esse é o aspecto escondido atrás do mito da “Escola Boa”. Ele oculta a desigualdade na vida social não como algo fora do controle. A desigualdade é produzido diariamente.
E mesmo a França da “igualdade, fraternidade e solidariedade” exportou para os países colônias tais contradições. Hoje a doméstica de Paris é a marroquina ou a portuguesa. Portanto, a escola boa é um mito que procura esconder que os sistemas sociais nos quais vivemos são desiguais e procura a todo custo disfarçar isso. E são assim não por acaso, são assim por ser necessário que seja assim. Sem a emprega doméstica a madame não malha no Clube e coordena as compras no Shopping JK ou Cidade Jardim. Sem usurparmos o tempo das empregadas domésticas, os executivos da Faria Lima, agora alçando a Centro Financeiro pelos mídias, não tem tempo para analisar os gráficos matemáticos financeiros.
Eis o grande mito, uma “escola boa”. O que podemos concluir é que a escola pública é uma escola boa. Na medida e que ela serve muito bem ao propósito de manter as massas nos seu lugar de massa. Não só sem saber inglês, o Latim da Igreja do Santo Capital, mas o próprio português. Estudando enfandonhos sistemas matemáticos que não serve nem mesmo para o professor de matemática viver de modo decente, já que o clima de violência na escola pública e mesmo privada são tensos.
É por isso que temos de ser otimistas. Nossas escolas funcionam perfeitamente. Pois somos uma sociedade racista e segregacionista; o que queremos para nossas escolas?
Prof. Me. Cídio Lopes