Guerra na Venezuela

Guerra na Venezuela

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Resumo: Pensar Venezuela

O texto pretende abordar o problema da comunicação e de como somos incapazes de obtermos informações sobre qualquer cenários social. 

Guerra de Informação sobre Venezuela

Em 2012 escrevi um post a partir do gráfico abaixo. Era uma tentativa de futurologia, uma especulação sobre o futuro.  











Passados 6 anos podemos tecer algumas reflexões do que efetivamente ocorreu ou de parte do que pudemos compreender dos acontecimentos. 

A primeira questão, que se coloca de modo incontornável, é pensarmos sobre o que é a mídia? Parece estranho, pois se o texto pretende tecer ideias sobre geopolítica, sobretudo de macro-geopolítica, tratar sobre a mídia parece fugir do assunto.

Contudo, argumentaremos que não. Antes de articular qualquer teia de ideias, veremos que obtemos dados de fontes e articulamos tais dados. Digamos que podemos até fazer uma ótima articulação, mas e se os dados forem errados? Portanto, o que faz a mediação, a mídia ou os médias, é o “sujeito oculto” das reflexões que no geral fazemos sobre a política, geo-política, etc. Pois são reflexões humanas que produzem “juízos de valor”. 

Será dessa realidade dos dados que precisaremos pensar seriamente sobre quem nos fornece tais dados? E só quando tivermos um controle desses dados é que poderemos passar à outra etapa. De início, e é assim com o vulgo procede, esquece-se do jogo dos “media”, dos “meios” de comunicação. O que é um erro elementar. Não é possível falar tanto do que hoje ocorre na Síria ou do que poderá ocorrer com o fim do conflito lá instalado, sem antes pensarmos como obtemos as informações sobre o que ocorre lá. 

O óbice em termos lógico é o de que nunca teremos um “fato” límpido e narrado por algum meio isento. Acerca dos fatos humanos sempre haverão disputas para “dizê-los”. O que ocorre em nossos dias, em época de computação e rapidez dos fluxos das informações, é que se “apaga” os jogos que estão entre nós e os fatos. Parece que estamos ali, no imediato do fato. O “mito” em que estamos crentes é o de que não há um “mediador”, um média. 

Esse é o nosso ponto cego que leva a discussões inócuas; e é o expediente perfeito para aqueles que usufruem das “dissonâncias cognitivas” planejadas. Dito de outro modo, é clássico a brincadeira entre adolescentes de interior de Minas Gerais, para remeter-nos a uma circunscrição factual, gritar que tinha um rato na sala de aula e aguardar como cada um reagiria. Brincadeira que deveria ser seriamente tratada pelos professores; educando para os riscos que tal expediente pode produzir, examinando a fundo os motivos que se procura fazer isso; contudo, dissonância cognitiva consiste em fazer algo parecido, mas em contextos sociais amplos; o que as “redes sociais” tem permitido de modo extraordinário. As “revoluções coloridas” são exatamente tal fato. A chamada “primavera árabe”, os protestos no Brasil em 2014, e agora os “coletes amarelos” em França. Se verificou que é possível tratar aquela brincadeira juvenil, de mau gosto, como arma de guerra. Instalar o caos no país alheio. Porém, tal ideia é hipotética, e as averiguações só podem ser contactadas em partes desses fenômeno, quando, por exemplo, se descobre que não era bem os Russos a interferir nas eleições dos U.S.A., mas uma agência de serviços jornalísticos (Cambrige). No resto, apenas especulamos, o que não se descarta a ação Russa no caso Trump, pois é apenas algo possível, mas não passível de verificação. Do ponto de vista da análise conjuntural, que objetiva se orientar no particular, tais especulações só auxiliam no aumento da angústia psíquica e na paralisia da vida cotidiana.  

Como incialmente não nós é dado acesso aos fatos, precisamos arrumar um jeito de superar tal condição, que nós parece ser inerente a realidade, e não fruto de uma conspiração mega, ultra secreta desse ou daquele serviço secreto. Uma das estratégias, muito utilizada pela matemática e física, é tomar pontos externos aos próprios processos e na relação entre vários fenômenos ir produzindo informações. 

Não é possível saber quais os fluxos de poder e dinheiro entre um El País, jornal de origem espanhola, e o Brasil, mas podemos ter como ponto fixo o seguinte. A edição de um jornal, no caso a edição em língua do português falado no Brasil, custa dinheiro. O mesmo pode ser aplicado ao jornal Sputinik custeado pelo governo Russo. Não é possível sabermos como se dá os fluxos de interesses, ainda que atualmente temos esforços para se investigar tais fluxos – no excelente trabalho jornalístico do Le Diplomatique temos uma bom começo para compreender o tema -, mas não é possível acharmos que tais interesses sejam ausentes; e os custos evidentes consiste num ponto fixo: há alguma forma de se custear tais custos, tais como vendendo anúncios ou vendendo a informação, na forma de assinatura. Porém as grandes empresas de mídias não tem por prática tornar pública todo o seu jogo, como característica maior de todas as empresas capitalistas. Mesmo no caso das “S.A.” que em tese tem por obrigação publicar seus balanços e manter seus “investidores” com informações fidedignas; o recente caso da empresa Vale do Rio Doce, “Vale” tem se mostrado que há jogos informativos para além dos “cheirosos” balanços e apresentações “talkshow”, estilo Etives Jobs. 

Portanto, escapa sempre os reais jogos que afluem para determinar um fato. E se formos radicais, até mesmo em nós como pessoas há fatores atuando de modo oculto e que nos leva a fazer conclusões segundo “gostos” construídos e que passam desapercebidos. Assim, o racismo e todos os outros “ismos” exemplifica muito bem como “gostos” adquiridos historicamente agem de modo difuso em nossas apreciações sobre vários assuntos. 

Retomando o tema do texto, guerra á Venezuela, resta-nos a sinceridade de não termos como pensar o que está em jogo por lá de modo certo e líquido. Contudo, é humano o desejo de adiantar o futuro para dirimir imprevistos. Assim, guardar alimentos, selecionar as melhores sementes, cultivar a terra, são ações humanos desde sempre que procuram apagar ou controlar imprevistos que atuassem contra a própria vida. E uma das formas mais utilizadas é basear-se em fatos já ocorridos, procurando notar o que eles tem de semelhantes. 

No caso da Venezuela alguns analistas tem indicado o que ocorreu na Síria como referência. Contudo, é impossível um cenário “parecido” com outro. Ainda que se aplique métodos parecidos. Nesse sentido a Venezuela pode mais parecer com o histórico bloqueio que os E.U.A. faz a Cuba e não às suas interferências no “Médio Oriente Alargado”. Os resultados desse modelo produziu efeitos diversos no próprio contexto do Oriente Médio e Norte da África. Provando que os cenários são sempre singulares. 

Posto tudo isso, podemos notar que em Síria houve uma pauta “divulgada a partir da Europa”, na qual se tratava de uma “revolução colorida”. Pessoas singulares que não aguentavam mais faltas básicas, tais como comida. Passados 6 a 7 anos nota-se que não foi isso que se consolidou. A destruição da Líbia, levados a campo pela França e Reino Unido, demonstrou que hoje aquilo que foi um país, ao seu estilo, não existe mais. E situações abjetas como “mercado de escravos” tem sido reportada com frequência. O caos que por lá se instalou tem imposto condições ainda mais precárias do que antes da “revolução colorida”. 

O mesmo ocorreu no Egito, ainda que hoje parece ter voltado a certa estabilidade por lá. O que não se verificou em Síria. E nesse caso algo nos chama a atenção, pois os resultados não saíram como nos outros países varridos pelas manifestações “pacíficas”. 

A primeira narrativa dos “acontecimentos” em Síria eram reportados como uma coisa de “jovens” idealistas. Desejosos de uma país idílico, mas que coincidia com os países europeus. E uma construção midiática de um tirano, o malvado Al-Assad. Após 6 anos de conflito, se tivéssemos tempo e recursos monetários, seria educativo para acompanhar como o discurso saiu e algo “legalzinho”, para uma feroz guerra. Veríamos que “uma oposição moderada” desapareceu, apareceu, e não passava de algo montado com meia dúzia de pessoas.  

Enfim, veríamos varias contradições na própria narrativa das mídias. Sem aqui adentrar para compreender os vários grupos e em que lado estavam. Ora os Curdos eram parceiros dos Sírios, ora dos E.U.A. Os moderados não eram bem moderados, pois pegaram em armas, etc. Meandros que só será revelado daqui a vários anos; nesse momento interessa-nos apenas como a mídia passou de algo “colorido” para a guerra na Síria. 

O mesmo parece-nos acontecer no atual cenário da Venezuela. Ao ligar as rádios de notícias, ver a TV ou ler jornais(que podem todos pertencer a um mesmo grupo empresarial – CBN, TV Globo, Portal G1, o Globo), logo nos deparemos com uma narrativa que tem jogado com o seguinte. “Há um presidente que precisa ser tirado; há uma ajuda humanitária; há esfomeados; há um Presidente Interino”. 

De tudo isso, se colocarmos em perspectiva os próprios meios de comunicação “um do lado do outro”, veremos contradições. 

A primeira, e imediata, é saber porque no mesmo pleito um Presidente Eleito, Nicolás Maduro Moro – Maduro, deve abdicar o mandato? E o tal Presidente Interino, eleito no mesmo pleito, evoca que o Maduro é ilegítimo? 

Como seria possível que um pleito apenas um candidato fez “fraudes” para obter seus votos? E nesse mesmo pleito, o opositor, que foi eleito para a Assembléia Legislativa, não teve votos “espúrios”, falsos. Esse é um primeiro termo. Como o jovem salvador da pátria Juan Guaidó é legítimo e Maduro não? 

Sem aqui examinar o percurso de Guaidó e de suas bem documentadas relações com “núcelos ideológicos” dos E.U.A., passemos a questão da “ajuda humanitária”. No Haiti, um país do Caribe e portanto próximo à Venezuela, tem-se apresentado distúrbios sociais e escassez, problemas generalizados de um Estado debilitado. Porque os E.U.A. ainda não enviou ajuda para lá? 

Num dado jornal brasileiro se utilizou termos “grostescos” no que toca a Madura. Porque que motivo se deseja pintar o Presidente de outro País dessa forma e com clara intensão de retirar tal mandatário de seu lugar? Porque o mesmo não se aplica ao Trump? Porque mesmo falando das barbaridades do tal presidente, seu jeito “maluco”, do fato dele ser “parceiro” comercial da Arábia Saudita – a mesma que a mando do “Principe Herdeiro”, esquartejou um jornalista em sua Embaixada na Turquia, em momento algum os tais jornais se empenham em retirar ele do poder? 

Porque a mídia se empenha em resolver o problema de outro Estado retirando alguém do poder? 

Retomando aos fatores que nos fogem ou são inacessíveis, não sabemos nada efetivamente do que se desenvolve na Venezuela. A tal crise não se sabe até que ponto ela é fruto de motivos internos ou externos. Há boicotes por exemplo à Venezuela e seria ingênuo não pensarmos que há fatores exclusivamente internos. Seja por corrupção ou simplesmente interesses comerciais internos; tais como Bancos e seus sistemas de ganhar dinheiro através de juros. Etc. 

O fato é que em dada situação há sim pessoas em situações precárias e que apesar da mera torcida dos meios de comunicação brasileiros de que se efetive a “derrubada de Maduro”, a coisa pode surpreender e em breve veremos a retórica mudar, como se nunca estivesse hoje na torcida por algo em si absurdo. Quando a coisa ficar pior, como ocorreu na Síria, a mídia muda a prosa como se nunca estivesse nesse momento torcendo por algo que é fora de controle. 

Assim foi na Síria, quando se procurou “demonizar” Al-Assad e pintar com cores pastéis os tais “grupos” lutadores da liberdade… liberdade no estilo de viver dos países eurocentricos. Em dado momento o discurso mudou e palavras como guerra, bombardeio, tanque, entre outras,  pareceram. O fato é que hoje a Síria está destruída, cidade como Homs está completamente alvejada de todo o tipo de calibre. Não há uma superfície habitacional sem milhares de furos de bala. Mas a mesma mídia… no início “tacou pilha” na intervenção “pacifista”. O mesmo ocorre hoje no que toca a Venezuela. 
  








  




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