Jornal da Cultura: onde se vende livros

Jornal da Cultura: onde se vende livros
O Jornal da Cultura, TV pública aqui de SP, virou um lugar estranho. Por isso mesmo passei a ver o Repórter Brasil.

A primeira estranheza são os comentaristas; que mais parecem estarem preocupados em se mostrarem para depois venderem livros. E a ideia de convidar tais comentaristas os colocam em uma sai justa; pois quando o assunto foge à sua praia comentar o quê?

Ademais, entre eles tem um que está próximo à aqueles pregadores da Praça da Sé ou de qualquer praça das cidades brasileiras. No caso, suas predicas são para condenar o capeta, no caso o PT, e louvar o senhor, no caso o PSDB. Esse pregador também vende livros e está presente em outros meios de comunicação tradicional, radio, fazendo as suas predicas.

Exceto um ou outro, os comentadores tem vínculos ideológicos claros com os partidos de direita. Os que historicamente tem vínculos com a esquerda em geral passa aperto, pois os seus opositores não estão ali para dialogar e comentar as notícias. Estão para fazer doutrinação de direita; que pelo tom simplista, apelativo não dá para não associá-los à mesma cara dos fascistas alemães e italianos.

Portanto, o modelo de comentarista para tudo não acrescenta.

Depois vem o caso do dia em que se veiculou a notícia de que a TV Minas, também pública estadual, deixaria de transmitir o jornal de São Paulo.

Nesse momento houve o show básico do comentário genérico; desrespeitando até mesmo o básico do jornalismo. Aventando ideias aleatórias; na qual o Presidente do Instituto Fernando Henrique Cardoso, comentador no Jornal da Cultura, supôs se haveria implicações políticas pelo fim dessa parceria, já que o PT ganhou o governo de Minas.

Ninguém se perguntou, vamos ouvir a versão deles? regra básica do jornalismo; que é rara no opiniao-nalismo. Ademais, não se faz conjectura em pública sobre temas dessa natureza, pois abre espaço para o boato; Por fim, nem mesmo se avaliou se para a Rede Minas era interessante um Jornal de São Paulo. Será que a Rede Minas também não poderia produzir o seu Jornal? Ou teria que achar maravilhoso ver e ouvir apenas os de São Paulo. Essa ideia também não ocorreu aos comentadores de plantão. Que nesse dia contava com o referido presidente de Instituto e com o professor-vendedor de livros como comentadores; e nenhum deles aventou tais possibilidades, tomou como natural o são-paulo-centrismo.

Por esses motivos não assisto mais a TV Cultura, que a cada dia tem se tornado uma instrumento a serviço de ideias políticas à direita.

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