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13 de novembro de 2012 por cidiolopes

Teologia do Antigo Testamento: AS origens da fé em Javé, o Deus de Israel.

Teologia do Antigo Testamento: AS origens da fé em Javé, o Deus de Israel.
13 de novembro de 2012 por cidiolopes

Prof. Me. Cídio Lopes de Almeida
[email protected]
O Deus dos
Patriarcas de Israel, considerando as imbricações de Deus com a História do Povo de Deus, também se
manifesta em meio à características condicionais de seu povo. Não há, portanto,
um Deus “super-poderoso” falando com um povo marginal, organizado em tribos
seminômades. Deus caminha com o povo e se manifesta segundo as necessidades ou
condição do povo seja provendo seus anseios por terra, hereditariedade(filhos)
e proteção. É um Deus que acolhe e inclui as diferenças ou, dito de outro modo,
dado outras urgências na vida desses nômades, escravos (Egito), questões fora
desse plano de necessidades são secundárias e, desse modo, sem força de ação
entre o povo e sua convivência com outros credos.
Javé parece se
definir como Deus dos israelitas pela ocasião do cativeiro no Egito. Talvez
como uma característica muito particular, Deus se toma o partido dos fracos e
servos. Distintamente do que se conhece de outras divindades ligadas a outros
povos, Javé não só se faz presente junto ao Povo, mas o convida a sair da
condição de escravidão. Esse movimento de “saída”(páscoa ou passagem) da
situação de opressão para a de liberdade marca profundamente toda a história de
Israel e, posteriormente, podemos dizer que constitui o elemento fundamental da
páscoa cristã.
            Deus
já caminhava junto do povo, mas o Sinai constitui um momento singular. Podemos
dizer que nessa etapa da história do Povo a Revelação amarra ou engendra uma
complexa teia que pode ser expressa em “libertação-revelação-aliança-leis”.  As Escrituras, como fruto da história do povo
e sua relação com Deus, parece ter confluído em torno do Sinai algumas versões
de como se teria dado essa experiência do sagrado, a Revelação. Uma não eleger
Moisés como o único a subir o monte, talvez a mais antiga, mas ser um entre
outros anciãos. Outra, mais recente, denota um caráter mais elaborado em termos
de rituais e reflexão teológica, na qual Moisés recebe papel de destaque.  O principal, porém, não é a revelação em si,
mas as implicações Dela para a vida comunitária. A Revelação é o selo de um
pacto de Deus que tirou seu povo da servidão e agora lhe revela as condições
para continuar a caminhar segundo os desígnios de Deus.
            Após
a Revelação os israelitas caminham na direção de um lugar. A terra prometida.
As disputas em torno das questões agrárias logo lhe apresentarão uma novidade
ou um lugar no qual não estavam acostumados, enquanto servos no Egito. Trata-se
das guerras e vitórias, a custas da derrota do inimigo,  a sua morte e tudo o que implica as guerras
nesse período. (espólio, cativeiro dos vencidos, etc.)
            O
tema da guerra nas Escrituras parece ser delicado nos dias de hoje no seio de
uma comunidade cristã e mesmo a judaica, como nos adverte o texto do prof. Kilpp
no tópico 7.1 – Javé, o Deus Guerreiro. Contudo há varias possibilidades de
pensar a questão e não relegá-la ou mesmo querer esquecer.
            A
estruturação da guerra santa ou em nome de Javé obedece a uma estrutura
complexa, mas que, grosso modo, atribui a Deus um papel central. A arca da
aliança e não um líder por si é o escopo central que motiva e administra os
feitos de guerra. Considerando um povo que ainda não passou pela experiência de
ter terras, um Estado, a arca da aliança assume papel de ‘figura’ central na
mobilização de exércitos não profissionais. No contexto tribal, podemos inferir
que manter um exército organizado, no qual as instituições não têm as
características de um Estado, sob a figura central de um líder seria projeto
fracassado. A arca, nesse sentido, funcionou muito bem, pois constitui um
‘lugar’ fixo donde emana a inspiração que motiva os beligerantes. 
            Enfim,
ainda sobre a guerra, a dificuldade em lidar com esse tema no contexto da
comunidade cristã de hoje parece advir de uma confusão. Se considerarmos que as
Escrituras são a História do Povo de Deus e não a história de Deus na qual aparece
o povo, as reflexões ganha encaminhamentos possíveis e não o mero esquivar-se
da história. Um Deus que “peleja junto ‘(Israel)(Kilpp – 7.1.) não é
intransigente e considera mesmo as limitações ou condições do povo.  A guerra ou mesmo as desavenças entre os
indivíduos da mesma comunidade são da condição humana que está em vias de
crescimento, de transformação.
  
Artigo anteriorDefinições de ética e moralismoPróximo artigo O culto, o sábado e os sacrifícios em Israel.

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