Projeto de Lei: Profissão de Filósofo

Projeto de Lei: Profissão de Filósofo





Bem…. Posto desse jeito não podemos ter outra reflexão. Na cena que está deflagrada não é possível chegar a outro ponto, conclusão “por curto-circuito”: de fato é uma aberração. 
Se tentarmos sairmos das conclusões encolerizadas podemos pensar um pouco. 
Primeiro temos a ideia de regulamentar uma profissão que seria a de “filósofo” que tem curso regular de Filosofia. Poderíamos tomar o curso de Letras como outro exemplo  e na expectativa de saber se pode nos ajuda pensar o caso da Filosofia.  Seria possível regulamentar a profissão de escritor?…. então……………………………………….
Não, não há uma profissão de escritor. Será que Paulo Coelho passaria? Porém há a profissão de redactor, revisor…….. a qual será ocupada em geral por alguém que não é especial, mas apenas passou  4 anos estudando em um curso superior. Claro que um formado em Filosofia pode ser revisor de texto ou tradutor, mas ele chegaria aí por vias não ordinárias…. amigo do dono, deitando com o dono, enfim, alguma via que não é a formal e regular. 
Outro exemplo é a profissão de jornalismo…………………………..
Penso que nas três questões o que há é o jogo entre Poder e Saber. Na Filosofia não seria diferente. De um lado temos a cena que aí está fazendo orbita ao projeto de Lei. Certamente no que concerne essa Lei e as forças que estão movendo ela não dá para pensar diferente. ABERRAÇÃO.
Porém, não dá para concordar com os discursos dos Filósofos Oficiais, que inclusive arrogam o direito de não se dá para si o título de filósofo e muito menos para outros. Todos alimentados pelas tetas das verbas do Governo. 
Essa elite dos “professores de Filosofia” ou “comentólogos” me parecem que não estão habilitados a coibir a ideia de uma profissão de filósofo. Nesse sentido também podemos falar da ANPOF. 
O fato é que no Brasil há dois tipo de “formado em filosofia”. Uma classe é a elite, loira, bonita, cheirosa, culta, diferente…. e que não precisam de ser profissionais da Filosofia, pois não sei como, ele não precisam do povo….
A outra classe é a ralé dos ex-seminaristas. Esses bastardos, feios, mamelucos, negros, pobres, filho de agricultores e analfabetos fugiram do seminário e agora precisa arrumar a p…. de um emprego. Não sabem escrever, não estudaram inglês para entrar no mestrado, não sabem inglês e francês para entrar no doutorado. 
Daqui do porão nós observamos duas elite brigando. Uma culta, articulada e que traduz os livros que nós da ralé lemos.  Do outro lado a ABF uma aberração que não tem nem a preocupação de esconder sua monstruosidade. Parece ser aqueles herdeiros de alguma fortuna que para preencher o ócio resolveram pensar que são filósofos.  A primeira elite até disfarça sua aberração nas seleções de mestrados e doutorados ou nos concursos para professores das Federais. O top da vida de um “professor de Filosofia”. Aí finge que não há privilégio e panelinha. Mas seus compadres de classe são descarados, grosseiros. Colocar Havelange é forçar a barra. (Mesmo que ele pagou a conta ou tá pegando alguém…. deveria ter chamado os outros filósofos para ajudar eles a disfarçar). 
Nós, os pobre, sujos, os ex-seminaristas que estamos dando aulas de Filosofia nas escolas públicas de São Paulo temos interesse sim na profissão de Filósofos. 
A nossa questão é como nos livrar da ABF e da ANPOF. Duas entidades que não representa em termos numéricos a ralé dos professores de Filosofia. Como nunca temos grana para fazer pesquisa em algum hotel de Águas de Lindóia ou participar dos GT`s é provável que percamos essa oportunidade. 
Antes da Filosofia ser matéria obrigatória no Ensino Médio, tinha uma turma que estava isolada e sempre presente em debates nas Assembléias Legislativas Estaduais. A coisa voltou e foi aprovada como obrigatória; logo em seguida cursos de finais de semana surgiram em todas partes. Em um ano se “vira” professor de Filosofia. Nas escolas privadas outro fenômeno pode ser notado.  A incidência de professores de Filosofia que são Advogados, surgiram de todos os lados; parece que não existiam, pois nunca os víamos nas tais assembléias. 
Enfim, na profissão de filósofo corre-se o risco de acontecer algo semelhante. Duas elites na disputa, corre-se o risco da ABF ganhar essa coisa, pois como lá tem pouco filósofo  e muita gente com grana/poder a coisa vai saí. 
Nós da ralé, os seminaristas, vamos entrar na dança. Como qualquer ralé, vamos ficar esperando que o “nobre” seja bom, isto é, nos conceda algum benefício. rssss
Ex-seminarista. 

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