Pedagogia, terra de ninguém!

Pedagogia, terra de ninguém!
Antes
de mais nada, a clássica frase “saber é poder”, do
filósofo Francis Bacon, contínua atual. Em épocas que os leitores de Michel
Foucault e Nietzsche gostam de salientar a “biopolítica” a “vontade de poder (potência), sabemos que os saberes tem íntima
relação com o poder.
A
pedagogia e seu aparente “desempoderamento” reflete exatamente que
“saber” e “poder” sempre estão juntos. A ausência de um
poder em dado setor do saber não é por acaso, por incapacidade desse setor em
exercer um poder com seu saber.  Assim, é
sintomático o fato da Pedagogia e do saber pedagógico
padecer de um saber-poder.
Encontramos
às pilhas o saber psicológico nas fazendas da pedagogia. Seja para falar de
linguagem, de problemas de aprendizado, ou do melhor método de aprender, etc.
Segue ao saber psicológico outros saberes que impõe
suas percepções de áreas sobre a pedagogia e a educação no geral. A eficiência
administrativa, aqui recheada pela mitologia da eficiência da produção
econômica, se faz presente nas provas de averiguação. Educação passa a ser definida enquanto tabelas, índices, quantidade, métrica.
É preciso traduzir em números o aprendizado e isso é uma educação de qualidade.
Quantidade passa a ser tratada como qualidade. Se tantos alunos
“conseguiram” tirar 6, 7 ou 8; isso pode ser bom ou não.
Enfim,
todos esses saberes estrangeiros ao saber pedagógico parecem, simplesmente,
pulverizar o que é próprio da pedagogia. Uma forma de ensinar o educando a
classificar objetos em termos de forma, quantidade, qualidade não é pedagogia,
mas psicologia. Administrar as relações/interações
dos educandos em sala é sociologia, administração, psicologia social, mas nunca
pedagogia. O problema do ensino, que implica uma concepção epistemológica, acaba sendo
pulverizado e o mesmo ocorre com a instituição Educação
Básica (Ed. Infantil, Fundamental I e II e Ensino Médio); Hoje reduzida, mesmo
que recheada de fraseologia vazias, a cumprir uma função de hierarquização dos
indivíduos dentro dos saberes e seus estatutos de poderes na vida social.
Afinal, quem será médico, engenheiros, advogados,
psicólogas(os). 

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