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18 de fevereiro de 2015 por cidiolopes

Obesidade e a cidade

Obesidade e a cidade
18 de fevereiro de 2015 por cidiolopes
Poderíamos registrar alguma relação entre a vida na cidade com a obesidade? Quero falar do ponto de vista da Filosofia, que em geral procura ver nas coisas padrões que se repetem para além do mero acaso. 
Minha ideia inicial é o movimento que as várias comunidades humanas percorrem da vida rural para uma vida urbana. Penso, por exemplo, lá na Grécia Antiga, séculos VI e V a.C; onde podemos registrar um movimento do agrário dando lugar para a cidade ou, em termo da Filosofia, para a Polis. 
Nesse contexto quero notar o embate entre Sócrates e os Sofistas. O primeiro advogava contra os  segundos no sentido de criticá-los por não estarem comprometidos em ensinar uma verdade; Os sofistas ensinava segundo o pagamento; ensinavam a retórica, um modo de convencer sem se preocupar com a verdade. 
Curiosamente os Sofistas estavam ligados ao fluxo comercial, eram, por assim dizer cosmopolitas;  Doutro lado Sócrates representavam a Polis, que era uma cidade, mas não no sentido de cidade grande que temos hoje; seria muito mais uma pequena cidade do interior; antes dos anos 80. Onde todos se conheciam e todos tinham um lugar bem definido, para bem ou para mau. 
A minha afirmação desse cenário é verificar o seguinte: a vida no interior ou na roça, como dizemos lá em minas, é mais ligada ás regras da natureza; donde um Sócrates apegado com a ideia de uma verdade. Por outro lado, a vida na cidade se organiza segundo outras regras e por isso negligencia vários aspectos da própria saúde das pessoas, tal negligência me parece estar no compromisso dos Sofistas em apenas convencer segundo o interesse de cada pessoa, portanto, negligenciando a ideia de Sócrates de que há uma verdade.
Eu ainda quero ir mais além. Existe um jogo entre o particular e o universal. Os movimentos migratórios rumo às cidades me parecem uma saída do particular para o universal. Poderia ainda dizer que seria uma saída do regional/local para o global/cosmopolita. Movimento que acaba por colocar a experiência humana em cheque. Cada pessoa acaba por não conseguir experimentar esse universal; ele  parece ser o nosso desejo de busca, mas sempre nos foge. 
Esse movimento entre particular e universal também nos lembra o mito do paraíso e da saída dele. Ao menos no monoteísmo tal ideia é corrente e viva. Estivemos no paraíso e um dia saímos dele. O paraíso, entre outras formas de interpretação, é o momento de plenitude; satisfação total. A saída ou queda do paraíso é o momento de cisão entre o homem e aquele momento de plenitude. De certo modo, nessa mitologia, estamos sempre atrás de retomarmos aquele momento de plenitude. E essa busca é o universal ou o total; para onde nos sentimos movidos consciente ou inconsciente. 
Assim fala as linguagem místicas, que estão sempre tratando desse grande tema: como se conectar com o todo; como alcançar a plenitude; saciar todas as carências? 
O rural, para além das problemáticas e ideologias ligadas ao assunto, parece permitir mais proximidade com esse universal. Estar ligado aos ciclos do tempo e demais seres vivos(vegetais e animais) parece ser mais produtivo nessa aproximação do homem ao universal. Por outro lado, a constante perda de referência dos demais viventes, dos ciclos naturais, das estações, vai construindo um outro tipo de vida humana. Baseada em ideias que surgem de outras regras e não ás da natureza. 
Esse debate pode ser enquadrado no movimento literário/artístico/filosófico denominado Romantismo. Especificamente em sua manifestação alemã. Para os românticos precisamos olhar e aprender com a natureza, no sentido da vida da fauna e da flora. 
Seja na vida rural ou urbana, o desejo do humano em buscar sentido continua. Existem várias repostas; porém, para o desejo de busca que está sempre presente em qualquer humano a vida urbana parece lhe prender em emaranhados que geram perda da qualidade de vida. 
Promete em forma de consumo resolver a questão do sentido. Promete superar a morte; aliás, esquecê-la como parte da vida. Promete apenas “peito de frango”, “café sem cafeína” e toda uma serie de produtos em seu aspecto apenas positivo. Cinde a realidade para lhe prometer a vida eterna; Cenário que só faz aumentar as angústias e o apelo por mais consumo. Mais parece com os Sofista, pois não estão preocupados em lhe oferecer alguma verdade, apenas mais produtos para resolver momentaneamente sua busca ou o quanto você está disposto a pagar. 

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