Quero, nesse breve texto, discorrer sobre dois aspectos que me são mais familiares e que estão vinculados ao midiota.
Sim, precisamos definir, ainda que rudimentar, o neologismo. Mídia mais idiota gera o midiota e o termo ganhou as redes quando um jovem, nas recentes manifestações contra o Governo Federal, disse em público, aliás para uma plateia grande, algo do tipo “tem é que atirar na cabeça deles”.
A observação do jovem de origem japonesa, mas brasileiro como todos nós, se deu no contexto de crítica à Presidenta da República. E ele dava sequência a uma expressão que tem sido vinculada a um político veterano Aloysio Nunes , na qual o mesmo dizia que o PT ou a Presidenta tinha “que sangrar”. Certamente uma metáfora forte e que faz parte da retórica de disputa política.
Porém, o jovem deu sequência a metáfora e radicalizou. Chegando aos “tiros na cabeça”. Bem, não quero entrar aqui na questão da linguagem e no jogo entre metáfora e linguagem no sentido que chamamos de concreta ou que prescreve uma ação. Não é minha praia. Quero apenas passar para o que já conhecemos muito bem em escola pública.
A saber, o jovem que se dá o direito de poder dizer o que quer; Afinal, filosofia, segundo esse consumidor inveterado, é dar minha opinião. Que se for contrariada: “troque esse professorzinho….” o que e logo encontra apoio dos colegas docentes; sobretudos os importante de biologia e matemática.
Esse menino em questão, que propositalmente não quero mencionar o nome, certamente não estudou na escola pública. Aqui em São Paulo Capital, a definição de escola pública é: “para-quem-não-pode-pagar”. Logo, o tal midiota certamente estudou na escola privada, mas se pesquisarmos um pouquinho vamos logo saber que não foi aquelas baratas dos bairros; mas aquelas mais caras com mensalidades de 2500 reais a 3000 reais mês. Mas posso estar redondamente enganado por fazer ilação sem provas.
Contudo, não tenho a informação acima, apenas que o tal rapaz “largou” ou curso de Economia da Universidade Federal do ABC; (bem, quem passa nas “federais” são um grupo que teve boa educação; o que deveria ser regra, mas infelizmente é excessão.”)
O que quero dizer é que a tal “boa educação” é aquela que ensina o quê? Nos currículos das escolas privadas o que justifica os altos preços é passar no vestibular. No vestibular a melhor “matéria” para esse fim de disputa é a matemática. Na outra ponta, mas bem longe, está filosofia, sociologia e história. Portanto, nessas escolas ideias como “ensinar a pensar”, pensamento “consequente”são apenas ornamentos explícitos; a ideia de formação para o exercício da cidadania, uns dos objetivos do ensino médio, passa longe.
Dentro desse objetivo tal militante mirim(que tem todo o direito de ser) deveria saber que não podemos comunicar em praça pública para uma plateia enorme “dar tiros na cabeça”. Ou mesmo na sua platéia de internet, não deveria reproduzir teses simplórias sobre a sociedade complexa. Ele pode e deve ter o direito de agremiar pessoas; divulgar suas ideias; porém há um limite para tal; não posso me reunir para agremiar pessoas contra o Ordenamento Jurídico estabelecido. Se assim o fizer, serei fora da Lei.
Ademais, tais ideias não são desse jovem. Ele reproduz um roteiro de cartilha de outras instituições; ele é um pseudo lider, pois é na verdade marionete; em outro texto vou citar possíveis centros de disseminação de tais coisas. Aliás, a primavera árabe parece ter tido a mesma matriz. Uma inocente manifestação de jovens, ligados nas “midias sociais” contra regimes autoritários; veja como anda hoje Siria, Egito, Libia e mesmo a Túnisia. E porque não Arábia Saudida? (que tem um regime tão cruel quanto o Líbio?) E a Jordânia? e o Marrocos?
O midiota portanto não teve a oportunidade de ser educado para produzir suas próprias ideias. Ele gastou todo o tempo de sua adolescência se matando para passar no vestibular. Nessa etapa a mãe e o pai proviam tudo; o menino mau namorou; focou no vestibular e no watsapp; esqueceu de apreender a pensar por si, pensar de modo complexo. Mas esse midiota como classe média tem gosto por mandar, por usufruir as coisas; logo esse é o seu norte; esse prazer do consumo que é em partes efetivado. (contrario dos meninos da escola pública que sete a privação com mais realidade).
Assim, montado em meia dúzia de falsos pensamentos esse indivíduo acostumado à um pouco de conforto arrota ideias políticas. Acostumados a ter a empregada a concordar com ele, o professor de filosofia que “motivava” muito bem as aulas de filosofia e onde ele podia expressar “suas ideias”(sem noção, acabou de chegar no mundo e já tem ideia; coitado do velho Sócrates – não tinha face”)