Maçonaria e Igreja: conciliáveis ou inconciliáveis?

Maçonaria e Igreja: conciliáveis ou inconciliáveis?

Prof. Me. Cídio Lopes de Almeida
Vamos destacar uma parte do texto do “Estudo da CNBB 66”:
“O que é a Maçonaria ou Franco-Maçonaria? Essa pergunta
recebeu, de amigos e inimigos, ao longo dos tempos as respostas mais variadas.
Contetemos-nos, por enquanto, com a autodefinição do Grande Oriente do Brasil,
em sua Constituição de 1967: “A Maçonaria é uma instituição essencialmente
filosófica, filantrópica, educativa e progressista. Proclama a prevalência do
espírito sobre a matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e
social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática
desinteressada da beneficência e da investigação constate da verdade. Seus fins
supremos são: a liberdade, a igualdade e a fraternidade”.  O interessante dessa definição, que até
poderia receber uma interpretação bastante positiva, é que não diz nada a
respeito do caráter iniciático da sociedade, um traço admitido por todos. Daí
que se torne necessário procurar saber em que consiste a essência filosófica,
filantrópica, educativa e progressista da Maçonaria.”(…) p. 11
É interessante verificar o caráter iquisitório do estudo.
Mesmo se dizendo o que é, sua atenção é imputar algo que não se diz. Sua
preocupação é com o carater iniciático e a concorrência que isso implica ao
Batismo, uma modalidade de iniciação também.
A preocupação da Igreja me parece ser mais de
concorrência.  Mais adiante, o estudo utiliza
um espediente desnecessário. Ao afunilar a questão da peleja com a Maçonaria
para o embate entre Iluminismo, que se define pelo desejo humano de se guiar
pela razão e não mais pela clero escondido atraz da fé, e a Igreja o texto  nos conduz para  uma irônia em relação aos movimentos
estribados no Iluminismo: “Não foi só a Maçonaria que se abeberou nas fontes
iluministas. No século seguinte, o positivismo, que tanto influxo chegou a
exercer no Brasil da Primeira República, acolheu essa concepção e a desenvolveu
na sua “religião positivista”, da qual ainda encontramos vestígios nos “templos
positivistas”, atualmente quase vazios, espalhados por diversas cidades
brasileiras”. 
Destaco o “quse vazios” como índice da preocupação
eclesiástica, que até o consilho do Vaticano II formalmente, isto é, constava
no Direito Canônico que o “leigo” não precisava estudar e até mesmo o estudo da
teologia por parte deles era lógicamente uma desconfiança de Deus. Ou mesmo o
termo para designar o fiel que partipa da comundiade: “leigo”.

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