Filosofia alemã versus lusófona

Filosofia alemã versus lusófona

Filosofia alemã versus lusófona

Prof. Me. Cídio Lopes de Almeida

LOPES DE ALMEID, C. Filosofia alemã versus lusófona. AMF3: São Paulo. 2013. Acessível em: https://amf3.com.br/filosofia-lusofona

No meio acadêmico brasileiro a expressão filosofia alemã ou francesa é pronunciada sem constrangimento. Mencionar que se estuda o pensamento alemão, seja no romantismo ou a obra de Hegel não gera maiores discussões e a prosa segue direto aos temas levantados por esses pensadores.


Porém, ao mencionar a expressão filosofia lusófona ou filosofia luso-brasileira ou ainda portuguesa, as reações serão de um imediato descrédito. Os Professores de História, assim preferem ser chamados os filósofos tupinikins, irão processar sua repulsa por curto-circuito ou vão utilizar do expediente da total negação do tipo: não sei do que você está falando.

Quando tomamos o domínio das ideias sob o olhar da colonização, notamos que tal postura nada mais é do que o colonizado a reagir como tal. Obviamente que alguns temas são universais e que as manifestações particulares cabem aos vários ramos das ciências. Contudo, não se pode passar dessa verdade a coincidência de que apenas os estadunidenses, ingleses, franceses e alemães, (talvez os italianos) produzem filosofia. Obviamente que eles produziram filosofia.

Para efeito de comparação histórica, a peleja instalada no Renascimento Italiano parece cair bem para nosso tema aqui. A Igreja utilizou do mesmo expediente para propagar o aristotelismo como sendo algo natural; no qual por curto-circuito só havia ele, como se tal pensamento não fosse conveniente ao poder estabelecido da Igreja.

A Igreja tem uma história rica e não pode ser reduzida ao negativo. Sua contribuição civilizacional é fundamental para nossa cultura. Tal maturidade e lugar comporta até mesmo podermos fazer tal diálogo crítico pois sua riqueza está justamente nisso. E prova disso é que o pensamento da filosofia lusófona tem lá certa relação fundamental com a Igreja. Não são as “Federais” as que difundi o pensamento mais original da filosofia em fala lusófona, mas a Igreja. E será por essa via de diálogo, respeitoso, que a filosofia lusófona irá encontrar um vasto terreno a pensar.


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