O filme Elle de autoria de Philippe Djian, dirigido por Paul Verhoeven (também dirigiu RoboCop) e roteiro de David Birke tem a atriz francesa Isabelle Huppert e o ator Laurent Lafitte no centro do drama, classificado como gênero de suspense.
Não desejo tratar de denotar a trama, especulando possíveis aspectos não revelados nas cenas, o que acaba por interpor ao futuro cinéfilo uma leitura; uma constelação semântica, privando-o de fazer por si tal exegese.
Desejo apenas tomar o fato singular tratado no filme. A vida privada, os detalhes do singular, o oposto dos filmes épicos estadunidenses. Ao contrário das generalidades e superficialidade dos “lixos” estéticos estadunidenses, salvo excessões, a filmografia francesa, ainda que dirigida por um Neerlandês, foca o singular, a vida privada.
O filme tem o custo de 9 milhões de dólares, algo irrisório perante os 200 milhões de dólares de um Lanterna Verde. Porém, os filmes franceses como “Prenda-me” (Arrêtez-moi) ou “Amor” (Amour) e agora Elle conseguem produzir uma teia ficcional que nos prende, e seu truque, segundo meu olhar, é exatamente o singular.
A vida singular e privada representada na dramaturgia nos fala directamente; aquela aproximação “poderia ser comigo” ocorre de modo orgânico. Diante do filme Elle, com Isabelle Huppert interpretando a empresária Michèle Leblanc, ficamos ruborizados com a condição humana, nossa condição. Demonstrando de certo modo como somos educados para negar tal aspecto presente em nós. Tal prova advém, creio, do fato da singularidade nos ser desconcertante e não familiar, normal.
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Enfim, não vou aferir meu juízo de gosto sobre a experiência estética que tive no filme. Muito menos se gostei ou não da atuação de Isabelle Huppert, concentro-me apenas em refletir que tal ficção ressoou de modo marcante minha consciência.