A espera de uma ordem
O primeiro passo para a periferia se libertar das mazelas de uma sociedade injusta é ter capacidade de se autogovernar. É preciso romper com a espera de uma “verba” ou de uma política pública. Elas nunca virão… Muito menos será “pautado” na mídia as questões mais relevantes entre os pobres das periferias.

Assim, aquela cena de superlotação da Estação de Trem da CPTM Grajaú, ou o ônibus lotado às 4:30 da manhã lá em Parelheiros, ambos na extrema zona sul de São Paulo, só irão “viralizar” se houver um amplo movimento dos atores aí envolvidos.

Se não houver uma amplo movimento e ruptura nessa espera subserviente, e aí irão descobrir que as fotos de cachorrinhos inocentes não são tão inocentes, nunca verão seus problemas sociais graves sendo viralizados nas redes sociais.

Quem põe a pauta da vida dessas pessoas não são elas. São as novelas e jornais. Portanto esse é o primeiro erro; o segundo é achar que o Estado irá pagar à sua ONG para fazer projetos “legais”.

Esperar por isso é de doer. Quem deve financiar as atividades de cultura, educação, lazer e mobilização política deve ser o próprio indivíduo. Sim, quando chegarmos no estágio da França, que tem longos conflitos internos, podemos nos dá o direito de obrigar o Estado a garantir os citados direitos.

É ingenuidade pensarmos que em um país desigual desde a sua fundação, resolva, assim do nada, a respeitar direitos. Quem deve custear a vida artística deve ser a própria periferia. E com essa experiência que é nós que pagamos, logo queremos o que pagamos, que um dia isso se passará ao Estado.

O que vemos hoje são pessoas incapazes de determinar a sua própria agenda. Pessoas que não valorizam educação(e que a escola pública está boa); os mais revoltados esperam verbas do governo para financiar a sua revolta. Precisamos fazer essa primeira libertação: somos livres; podemos criar nossos círculos de cultura; podemos debater e construir ideias em coletivos que nós mesmos financiamos(seja a sala  de reunião, o café, alguém para limpar, a conta de luz/água); podemos fazer blog e sites; e assim vai

A dependência é o maior problema.

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