Quem foram os Maçons?

Quem foram os maçons?

Prof. Me. Cídio Lopes de Almeida

Citação:

LOPES DE ALMEIDA, C. Quem foram os maçons. São Paulo: AMF3. 2010. (Acessível em: http://amf3.com.br/quem-foram-os-macons)

 

 

Ao fazer uma breve leitura da “Pequenas Biografias de Grande Maçons Brasileiros”, de Nicolas Aslan, podemos dar início a resposta proposta no título.


Porém não nos consola muito se a intenção desse exercício for a tentativa de conhecer e propor ações no seio da Maçonaria nos nossos dias.


No período de transição de Colônia para Império Monárquico e, finalmente, para República temos os quadros mais nobre da Ordem. Nobreza não só no sentido de pertencer à aristocracia, mas no sentido de pessoas com espírito fino e dedicado a causas elevadas. Por elevadas preconizamos a compreensão de que o humano é um ser de potência e dignidade, que as coisas nobre que o homem pode fazer estão no âmbito de qualquer fazer que destaca essa dignidade humana.

Pode-se fazer a crítica, de uma perspectiva comunista e proletária, de que se tratava de indivíduos da elite liberal colonial. Verdade, sem rodeios. Contudo, destacavam-se não só por ocupar o lugar cômodo de quem detém o poder, foram além e propuseram uma sociedade na qual o indivíduo e o coletivo era o cerne do poder. Ponderações também poderão ser feitas, mas não se pode furtar de que em uma sociedade escravocrata na qual o sistema desigual estava naturalizado, o primeiro passo foi dado. Não seria possível resolver e vencer a força da naturalização de um modelo de séculos, mas os passos nessa direção foram dados.

Observando esses homens e seu contexto é que voltamos para os dias de hoje. Um certo desânimo abate, pois quem é que compõe os quadros da Ordem? Certamente são pessoas merecedoras de dignidade, mas não são mais os homens de ponta e de vanguarda. A pergunta é óbvia: o que houve que Ordem deixou de ser o lugar desses baluartes da Filosofia?

Ao contrário, observa-se uma Ordem a reboque da sociedade, repetidora das últimas noticias das grandes mídias. Uma Ordem que tem por hábito se portar como se fosse o Poder constituído, mas não passa de fraseado claudicante, para não dizer ridículo. Declarações que não servem de nada, talvez apenas como retrato fiel do anacronismo em que se tornou a Ordem.

Para piorar, a Ordem tem se tornado produto suscetível de alguns fazerem dinheiro com a ignorância dos curiosos. A cada dia que passa, especialmente nas grandes cidades do Brasil, Maçonaria, nas mãos de alguns ditos confrades, virou mercadoria. Vende-se iniciação, livros, etc.

Convidar a pensar uma Maçonaria atuante, como gostam de dizer aqueles confrades interessados em fazer das Lojas seus cabos eleitorais, não fazer dela curral eleitoral. Atuar na Maçonaria é ser vanguarda do conhecimento filosófico.


Por que a Maçonaria não implementa campanha de ensino de Filosofia, sua matéria prima e alicerce de fundamentação? Eis aí uma ótima forma de atuação maçônica. Atuar não é entrar em partido político; ser vanguarda para a democracia não é aumentar os números de deputados, igual aos evangélicos, mas aprofundar a democracia e o ensino de Filosofia é a base para isso.


Não será estranho o número de confrades se perguntarem “para que filosofia”. Enfim, leiam o ritual que você usa toda semana em Loja, procure ao menos quantas vezes a palavra filosofia aparece lá.


Academia Maçônica de Filosofia.

 

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