O que é de fato o professor. |
No debate do ensino de Filosofia os temas que se figuram são os velhos “história” versus “tema”, mas parece ser ponto comum que o ensino de Filosofia se dá na Escola.
Talvez seja apenas uma repercussão de um outro mau maior e até mesmo caduco, isto é, a idéia que funde educação com escola. A idéia de escolarização povoa o imaginário quando falamos de educação.
Mas essa fusão interessa a quem? Por exemplo, no caso do fracasso escolar duas figuras são o centro. O Professor e o aluno são os únicos agentes dessa tragédia. Mas por onde a família?
Esse negócio de família até parece ser a bandeira dos reacionários da Igreja. Mas convenhamos, em nome do consumismo total a família foi diluída. Não há mais espaço para as cosias de família, afinal, com TV de Plasma até no banheiro os adultos da casa estão “entretidos”.
A educação pode muito bem ser feita em casa. Mas no Brasil é crime educar em casa, tem que ser na escola, mas não é crime não educar em casa, não ensinar a sentar, a não falar pelos cotovelos.
Nesse mesmo movimento encontra-se o ensino de filosofia. Filosofia foi jogada dentro de um currículo escolar e parece que é só aí seu lugar.
É preciso pensar outras formas de ensinar filosofia. Nós formados em filosofia temos que criar outras formas e lugares de cultivar a filosofia. Insistir com a filosofia na escola é tentar aplicar remédio em defunto, a escola, como disse um discípulo de Ivan Ilich, está morta. Precisamos apenas enterrá-la.
Por exemplo as associações culturais. As academias de letras das cidades, os grupos de jovens. Bem, mas alguém perguntará: de que viverá o professor de filosofia. Ótima pergunta, vamos pensar nisso, pois se o entrave é quem paga o professor, vamos pensar em formas alternativas. Vamos justificar o labor do educador filósofo e assim inseri-lo no tão irritante, mas obrigatório, mercado de produtos.
Não temos que ficar tentando e perdendo tempo em pensar que só se promove o ensino de filosofia na escola.
Prof. Me. Almeida