Porque pessoas de “boa família e bons costumes” tem protagonizado os mais virulentos atos de ódio?
Deve-se criar uma ciência para estudar esse fenômeno que se espalha pela America Latina. Em países como Equador, Bolívia, Argentina e Brasil a onda tem crescido.
Os mais recentes episódios foram o do Padilha, político que procurou a rede pública para ser atendido, e o ex-Ministro Mantega no hospital das “boas” famílias Albert Einstein.
Padilha teve problemas pessoais envolvendo sua esposa; e foi procurar atendimento no SUS; aliás é uma opção política desse cidadão. O que fez um jornalista repercutir asneiras diversas;
Agora o ministro que é obrigado a ouvir “vá para o sus”.
Tais comportamentos irracionais de pessoas “ilustradas” só se justificam por uma única coisas. Historicamente tiveram tudo de bom e de melhor; confundiram até mesmo privilégios com direitos. Nunca tiveram a experiência de perder, sempre ganharam. O dinheiro faz com que tudo que “tais cidadãos de bem” botem a mão dê certo; logo eles tem um longo histórico de sucesso.
Mas é claro, o sucesso deles não tem vínculo algum com a favela de Paraisópolis. Ali jaz aquela turma que não deu certo na vida. Mas se alguém levantar a questão: “mas lá vivem as empregadas do Morumbi, os jardineiros, copeiros, etc…” toma como resposta um “assim não dá” você não sabe conversar…
Na verdade você nunca terá essa chance de fazer tal pergunta. Pessoa bem regada pelo capital vivem em uma redoma e agora essa redoma está sendo embaçada pelo bafo daqueles que são o outro lado do luxo deles.
Para além da discussão de lutas de classe, é verdade que um indivíduo x não pode ser responsabilizado pelo todo. Porém, o Estado pode e tem como administrar o fenômeno de desigualdade social.
Não é necessário fazer a tão temida revolução, até porque ninguém mesmo quer tal situação, a não ser meia dúzia de adolescente de classe média que estão no diretório acadêmico de alguma universidade de elite. Proletários é uma coisa bem diferente em nossos dias e ele quer também consumir.
O ódio portanto tem origem entre aqueles mimados. Que nunca tiveram que lidar com o outro, que o dinheiro sempre comprou. É compreensível o ódio nesse sentido. Eles não tem experiência alguma com o não; com um outro que realmente lhe faz oposição e exige que seja respeitado; que não está a venda e ficará ali onde a retina dos privilegiados será obrigada a processá-la.
Compreende-se, mas não se deve aceitar tal quadro. A parte mais difícil é demonstrar para tais pessoas acostumadas ao sim que seu dinheiro pode comprar que existe um mundo fora da redoma dos privilégios deles. Assemelha-se à tarefa daquele que saiu da caverna de Platão e deseja voltar para retirar os demais lá de dentro.
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