Hobit a missa americana!

Hobit a missa americana!
Domenico De Masi tem um entrevista faz uma interessante comparação. Para o pensador italiano, em entrevista no Roda Vida da Televisão Cultura, se antigamente a igreja romana espalhava por todo o novo mundo seus missionários, sendo aqui entre nós os jesuítas os mais famosos, nos dias de hoje algo semelhante pode ser verificado. Não mais sendo os padres tradicionais, nem mesmo o discurso teologia tradicional, a questão se dá da seguinte forma.

As teorias econômicas assume o lugar do discurso teológico, mas isso não quer dizer que houve mudança radial de tudo;  não-se abre mão das estruturas que tanto caracterizaram o pensamento teológico, a saber, o dogmatismo monoteísta.  Essa mesma estrutura se fazem presente nos discursos econômicos de hoje. Ademais, os economistas são os novos missionários, o centro não também mudou, não se trata de Roma, mas Chicago(para citar um lugar específico de escola econômica) ou Washington, símbolo do Poder.

Nessa carona podemos estender a produção cinematográfica como o mais poderoso sistema de catequese já criado na face da terra. E é aí que chegamos no Hobit. Uma literatura produzida no contexto entre os anos 30-60, J.R.R. Tolkien, ao lado de outros, se empenharam em produzir uma literatura arquetipíca;

Até aí tudo bem, pois se tratava de criação estética com vínculos culturais e regionais. A questão surge com a introdução de tais literaturas na lógica do cinema e na lógica da catequização. O que leva até mesmo o Estado Brasileiro(obviamente criticado por vários, afinal, Ptttt) a estabelecer regras para que certas produções não ocupem a totalidade das salas.

Não só a problemática da formação de cartel, mas de formação de pensamento único. Os cinemas hoje, aqui no Brasil, ao lado da TV paga, são os lugares em que mas se introduz a cultura do outro como critério de aprofundar o problema luso-brasileiro de uma baixa auto-estima cultural. Nesse aspecto o cultivo massivo de elementos de outra cultura; opera o que se pode chamar de reificação da mercadoria “filme”. O filme serve para que se perpetue a negação ou a afirmação da crise identitária como traço de longa data do “povo brasileiro”.  Por aqui ninguém se acha pertencente aqui. Todos almejam o lá. Por aqui há estampado pelas ruas vários idiomas, o inglês é o símbolo de pertencimento a uma elite, etc…

Não se preconiza o fechamento, tema sempre recorrente na lavra dos “nacionalista”. A interrelação, o outro, as culturas do mundo, todas tem muito a contribuir com o local. E quanto mais pudermos estabelecer relações com o mundo melhor; contudo, há vários tipos de relação; a de submissão e eliminação de si caí muito bem; mas para quem?  Certamente para os que dominam; Aliás, por aqui tem até mesmo a fantasia de que se fossemos  “colonizados” por outros seríamos melhores”, encetando a pedra de toque em uma cultura que não se vê como tal.

Hobit é uma missa nesse sentido. Ocupou o lugar que a missa romana teve até muito pouco tempo. O cinema e o filme em questão é a atividade litúrgica por excelência dos grandes centros urbanos. Das classe sociais mais abastadas.


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