As teorias econômicas assume o lugar do discurso teológico, mas isso não quer dizer que houve mudança radial de tudo; não-se abre mão das estruturas que tanto caracterizaram o pensamento teológico, a saber, o dogmatismo monoteísta. Essa mesma estrutura se fazem presente nos discursos econômicos de hoje. Ademais, os economistas são os novos missionários, o centro não também mudou, não se trata de Roma, mas Chicago(para citar um lugar específico de escola econômica) ou Washington, símbolo do Poder.
Nessa carona podemos estender a produção cinematográfica como o mais poderoso sistema de catequese já criado na face da terra. E é aí que chegamos no Hobit. Uma literatura produzida no contexto entre os anos 30-60, J.R.R. Tolkien, ao lado de outros, se empenharam em produzir uma literatura arquetipíca;
Até aí tudo bem, pois se tratava de criação estética com vínculos culturais e regionais. A questão surge com a introdução de tais literaturas na lógica do cinema e na lógica da catequização. O que leva até mesmo o Estado Brasileiro(obviamente criticado por vários, afinal, Ptttt) a estabelecer regras para que certas produções não ocupem a totalidade das salas.
Não só a problemática da formação de cartel, mas de formação de pensamento único. Os cinemas hoje, aqui no Brasil, ao lado da TV paga, são os lugares em que mas se introduz a cultura do outro como critério de aprofundar o problema luso-brasileiro de uma baixa auto-estima cultural. Nesse aspecto o cultivo massivo de elementos de outra cultura; opera o que se pode chamar de reificação da mercadoria “filme”. O filme serve para que se perpetue a negação ou a afirmação da crise identitária como traço de longa data do “povo brasileiro”. Por aqui ninguém se acha pertencente aqui. Todos almejam o lá. Por aqui há estampado pelas ruas vários idiomas, o inglês é o símbolo de pertencimento a uma elite, etc…
Não se preconiza o fechamento, tema sempre recorrente na lavra dos “nacionalista”. A interrelação, o outro, as culturas do mundo, todas tem muito a contribuir com o local. E quanto mais pudermos estabelecer relações com o mundo melhor; contudo, há vários tipos de relação; a de submissão e eliminação de si caí muito bem; mas para quem? Certamente para os que dominam; Aliás, por aqui tem até mesmo a fantasia de que se fossemos “colonizados” por outros seríamos melhores”, encetando a pedra de toque em uma cultura que não se vê como tal.
Hobit é uma missa nesse sentido. Ocupou o lugar que a missa romana teve até muito pouco tempo. O cinema e o filme em questão é a atividade litúrgica por excelência dos grandes centros urbanos. Das classe sociais mais abastadas.
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