Filosofai del Sur y Descolonización

Filosofai del Sur y Descolonización

RESENHA

DUSSEL, Enrique. Filosofías del Sur y Descolonización. 1ª ed. Bueno Aires: Docencia, 2014.

Resumo:

Em a “Filosofías del Sur y Descolonización” de Enrique Dussel, um filósofo argentino, temos uma investigação sobre as filosofias latino-americanas e sua relação com a descolonização. O livro analisa a obra de diversos autores, desde filósofos gregos até pensadores contemporâneos, com o objetivo de entender como a filosofia do Sul foi silenciada e apagada pela história da filosofia ocidental. Dussel busca reconstruir a história da filosofia latino-americana e mostrar sua importância para o desenvolvimento de um pensamento crítico e emancipatório.

1 Um Novo Olhar Sobre Textos Fundamentais: Uma Perspectiva Filosófico-Política

Este trabalho propõe uma reinterpretação filosófico-política de textos fundacionais da cultura ocidental, com foco em narrativas simbólicas como as Cartas de Paulo de Tarso. O autor argumenta que, em vez de serem relegados à Faculdade de Teologia, esses textos devem ser analisados também pela Filosofia Política, revelando categorias críticas relevantes para o presente.         

O método proposto envolve a extração de categorias filosóficas implícitas em narrativas simbólicas, utilizando uma hermenêutica que transcende a interpretação teológica tradicional.

A obra destaca a importância do contexto econômico e político da época, como o Império Romano e o clamor por justiça das massas oprimidas.

Alguns conceitos-chave:

  • “Ordem da carne”: a Totalidade vigente, auto-referente e fechada, representando o status quo.
  • “Ordem do espírito”: a Exterioridade ou o metafísico, situado além da Totalidade, representando uma comunidade crítica e transformadora.
  • Emunáh: a certeza crítica e entusiasta da comunidade, que legitima a praxis libertadora.
  • “Resto”: a comunidade messiânica que se levanta contra a ordem estabelecida.
  • Tempo Messiânico: o momento histórico de ruptura e transformação, impulsionado pela Emunáh e pelo “Resto”.

A obra dialoga com diversos autores, como:

  • Kant: sobre a distinção entre teologia e filosofia e a interpretação de textos bíblicos.
  • Paul Ricoeur: sobre a definição de mitos como narrativas racionais baseadas em símbolos.
  • E. Levinas: sobre o conceito de Exterioridade.
  • Alain Badiou: sobre o universalismo em Paulo de Tarso, com o qual o autor discorda.
  • Slavoj Žižek: sobre o núcleo subversivo e o aspecto “perverso” do cristianismo.
  • Walter Benjamin: sobre o conceito de tempo messiânico.
  • Franz Rosenzweig: sobre a superação do conceito de “mundo” como Totalidade.
  • Franz Hinkelammert: sobre a crítica ao capitalismo neoliberal e a fetichização da lei.

O autor defende que a filosofia latinoamericana deve se libertar da colonialidade, desenvolvendo um pensamento próprio a partir de sua realidade e história.

Por último, o livro oferece:

  • Uma nova abordagem para a interpretação de textos religiosos e filosóficos.
  • Uma análise crítica do eurocentrismo na filosofia.
  • Uma proposta para a construção de uma filosofia latinoamericana autêntica e libertadora.

Essa análise, embora abrangente, se concentra nos aspectos conceituais da obra. Uma compreensão completa exigiria uma leitura atenta do texto completo.

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