Filosofía y poesía

Resenha

ZAMBRANO, María. Filosofía y poesía. 4. ed. México: Fondo de Cultura Económica, 1996.

Cídio Lopes de Almeida

[sem revisão por pares]

A obra Filosofia e Poesia de Maria Zambrano explora a intrincada e muitas vezes conflitante relação entre a filosofia e a poesia, remontando às suas origens na Grécia Antiga com Platão, que via a poesia como uma ameaça à verdade e à justiça. A autora contrasta a busca filosófica pela unidade, razão e ascetismo com a natureza da poesia, que se apega à multiplicidade, à emoção e ao mistério. Argumenta-se que, enquanto a filosofia busca transcender a carne e o mundo sensível em direção a um ser imutável e absoluto, a poesia abraça a experiência humana em sua totalidade, incluindo suas contradições e sua efemeridade. A discussão se estende à evolução histórica dessa relação, passando pelo cristianismo, pelo Romantismo e chegando a pensadores modernos, questionando a possibilidade de reconciliação duradoura entre essas duas formas essenciais de compreensão e expressão humanas.

Resenha da Obra “Filosofía y Poesía” de María Zambrano

A obra “Filosofía y Poesía”, da pensadora espanhola María Zambrano, é um ensaio sobre a relação histórica e intrínseca entre o pensamento filosófico e a expressão poética na cultura ocidental. Nascido, segundo a própria autora, “mais que construído”, em um momento de “extrema impossibilidade” na cidade de Morelia, México, no outono de 1939, o livro surge como uma homenagem à Universidade de San Nicolás de Hidalgo e reflete a “vocação utópica” da autora pela filosofia, mesmo com a convicção de que ela própria não poderia “fazer” filosofia. A gênese da obra, permeada por uma travessia conturbada e o exílio após a Guerra Civil Espanhola, é descrita como um ato de “condescendência” perante a impossibilidade, buscando a verdade a partir do que parece impossível. A primeira edição foi publicada em 1939, e edições posteriores foram preparadas, com a de 1987 evocando novamente o “tremor do nascimento” para a autora.