Sem querer desmerecer as acusações generalizadas, pois elas tem verdades, o que pretendo dizer é que essa indignação aleatória não produz nada. Em primeiro lugar, como tudo que é fragmentado, parece que as pessoas dão um grito e depois sentam nas suas comodidades e pronto, continuam com suas vidas pacatas.
O convite para que essa indignação vá além do mero protesto adolescente, deve ter dois aspectos. Em primeiro lugar saber que é preciso sistematizar a crítica ao governo. Portanto, é preciso de ações constantes e em grau cada vez mais organizado. Nesse sentido é preciso que grupos da sociedade civil, que se financiam com seus próprios dinheiro e não com as famigeradas verbas para as “ONG”, se mobilizem. Façam reuniões, atas, sites, blog, vão para as ruas, organizem passeatas, façam acampamentos em frente ao Legislativo, “deem boas vaias” quando os vereadores votarem coisas absurdas; enfim, acompanhem os políticos.
O segundo aspecto, que hoje é um tabú, é assumir que há corrupção na vida cotidiana. A começar pela religiosidade popular, quando se “pede a um santo que interfira junto a Deus”. Corrupção clássica do catolicismo. Não fica para trás essas novas experiências religiosas que se espalham por aqui, Brasil, afinal, “tenha fé e faça um compromisso, um trato com Deus”; Bem o que é esse trato? “Eu faço isso e você me dá isso!” Uma relação comercial?
Depois, e aí me incluo, na vida escolar quem não foi corrupto? Eu assumo essa prática, pois colei por várias ocasiões. E no que mais poderíamos dizer e assumir que jogamos sujo? Aliás, o próprio mercado com suas regras não seria essencialmente um jogo sujo? O que é ser um empresário “agressivo”? termo tão louvado nessas novas faculdades de teologia, digo, de administração. E o que esses missionários americanos nos ensinam? Digo, gurus da administração!
O que é “captar dinheiro”, prática Legal que um banco ou o famigerado Silvio Santos com seu eterno Baú da Felicidade tem autorização Legal para praticar”.
Enfim, faz parte da mesma moeda esse stress sobre os políticos corruptos e nós, também corruptos em larga escala. Vivemos em uma sociedade que é essencialmente jogadora; se possível jogar sujo. As regras do mercado não é a honra cavalheiresca medieval, muito menos a aristói grega. O importante na sociedade do capital é ganhar o capital e forçar o Estado a reconhecer que o seu jeito de jogar é Legal.
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