Debater é sinônimo de quase briga. Na verdade a palavra debate não quer dizer isto, mas exatamente nos evoca a pensar em um diálogo. Porém, quando um carro bate nas ruas de São Paulo ou pessoas com
opiniões diferentes acerca de Maçonaria ou Igrejas se encontram já podemos aguardar a exaltação dos ânimos.
Neste estágio de quase delírio de ódio não podemos pensar. A razão como instrumento de guia do humano sai de campo e entra a raiva.
Paulo Freire, o grande Educador do Brasil, gentilmente dizia que a consciência do povo se manifestava em um estágio de certa rigidez. O educador evitou dizer um estancamento e optou em ressaltar que a consciência popular estava em transição, isto é, tinha marcas de rigidez e arcaísmos, mas apresentava também traços de mudanças para ares democráticos e menos intransigentes.
Neste sentido, Paulo Freire ressalta que esta consciência mais simples tende a não debater, mas gerar polêmicas. O polemista, amplamente cultivado pelos programas de TV, acaba por não respeitar seu interlocutor e pretende não só ganhar dele nas palavras, mas intenta eliminá-lo do horizonte. Uma consciência madura e cultivada no espírito democrático tem outra postura. Espera poder demonstrar pontos distintos de seu interlocutor, para depois poder se confraternizar com ele. Considera seu interlocutor não como alvo a ser eliminado, mas como outro capaz de faze sentido da vida em comunidade. O diferente é como aquilo que dá a graça do grupo.
Em matéria de Maçonaria precisamos caminhar para uma consciência madura e aprender a debater. É muito pobre reproduzirmos as frases prontas; também não é nada agradável as brigas, pois elas demonstram o quanto somos apenas espectadores dos programas de auditórios.
tfa
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