Abra o negócio dos seus sonhos e reinvente sua forma de ganhar a vida.
Passando por uma livraria, vendo o de hábito, resolvi conhecer as demais partes. Lá estava em destaque o livro de Crhis Guillebeau com o título tema que intitulei o presente texto.
Não presta; é um engodo que empilha exemplos a ponto de você se perguntar, mas cadê o prometido do livro?
Quando o filósofo Kant cunhou lá no século XVIII a ideia de que em filosofia o desejável seria “juízos sintéticos a priori”, vislumbrava uma problemática endêmica de nós humanos. Esse mesmo problema foi tratado por Hegel, entre outros lugares, na sua filosofia do Direito. A saber, empilhar fatos contingentes não nos faz construir algum saber sobre as coisas. O que levou o “regiomontano” a outra questão: “o que posso saber?”. Derivando a revolução copenicana na epistemologia, destituindo toda a tradição aristotélica-tomista até então. Um “praticista”, vale frisar, não é um pragmático, que já é por si algo estranho como filosofia. Se não extraímos do contigente, dos exemplos, das biografias, algo que seja para além delas e que se manifeste nelas, dificilmente tal exercícios nos servirá para algo. Mesmo na Fenomenologia, se não fizermos a suspeição “eidetica” não conseguiremos o contato o verdadeiro particular/universal da coisa.
Por outro lado, comprova-se que esse lixo “best=seller” nada mais é do que um sintoma dos nossos tempos. Sintoma da forma sobre o conteúdo. Um livro que nada mais tem uma série de exemplos, bizarros, aliás. Lá na página 145, por exemplo, o autor compilador destaca mais uma história. Trata-se de um moça que abandonou o equivalente ao Ensino Médio, já com dois filhos. Sendo mãe aos 17 anos e sem uma formação técnica. Porém, supondo que sendo a moça de um pais industrializado, não consegue estabelecer um nexo plausível da fragilidade social dessa moça e sua família. Prefere destacar que pai e mãe e até avós eram profissionais do Marketing. O compilador não consegue comentar que essa família é um problema. Prefere destacar que a filha/neta tinha o marketing no sangue, mesmo sendo socialmente fragilizada. Prefere falar que ela irá vender algo; um sintoma perfeito do povo do “fast-food’.
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