A obra, “As Estruturas Antropológicas do Imaginário” de Gilbert Durand, discute a arqueotipologia geral e a natureza do simbolismo humano. Durand explora dois regimes principais de imaginação: o Regime Diurno e o Regime Noturno, explicando suas características e as constelações de símbolos associadas a cada um, como a verticalidade e o movimento no primeiro, e a intimidade e a circularidade no segundo. A obra examina a relação entre a psicologia (incluindo conceitos de Freud e Jung) e a cultura, defendendo uma abordagem metodológica baseada na reflexologia para classificar os arquétipos e entender como os gestos dominantes se traduzem em manifestações culturais. O autor enfatiza que esses regimes simbólicos não são patológicos, mas sim estruturas fundamentais da psique humana que se manifestam em mitos, lendas, artes e até na linguagem.

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A “Introdução à Filosofia da Mitologia” de Vicente Ferreira da Silva representa uma ruptura com o subjetivismo e o antropocentrismo filosóficos, propondo um novo objetivismo onde o mundo espelha uma constituição transcendental ligada a um projeto original. A obra argumenta que a compreensão da religião e da mitologia só é possível ao superar o pensamento ancorado na condition humaine, inserindo essa nas forças instituidoras do Ser. O autor introduz a noção de um Ser transcendente como Sugestor e Fascinator, fonte de todas as possibilidades e cuja manifestação primordial se dá na Mitologia, compreendida não como criação humana, mas como a vida prototípico-divina e a abertura de um regime de fascinação. Nesse contexto, o ente, incluindo o ser humano, é visto como sugerido e fascinado pelo Ser, sendo a própria ideia do homem uma sugestão aórgica [não posto pelo homem], ou seja, não posta pela liberdade humana. A verdadeira objetividade reside no reconhecimento desse oferecer transcendental do Ser, exigindo uma superação do hominismo para uma sabedoria do transumano.

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