Escolas de Filosofia

Maçonarias Alternativas. 

 

 

Prof. Me. Cídio Lopes, MM

amf3.com.br

 

LOPES DE ALMEIDA, C. Maçonaria Alternativa. São Paulo: AMF3. 2020. Acessado em https://amf3.com.br/maconarias-alternativas

 

 

 

 

De um ponto de vista conceitual ou filosófico pode-se dizer que temos algo que diz que uma coisa é maçonaria ou uma associação de outra natureza. 

 

Esse “algo” que a faz ser maçonaria tem duas formas para ser notada. Para boa parte das pessoas fica mais fácil pensar o seguinte. Se uma Loja estiver “ligada” ou subordinada a uma “Potência” “reconhecida” pronto; está resolvido. Por outro lado, se a Loja não estiver “filiada” a tal grupo, a mesma não é verdadeira. Para os primeiros temos os nomes bonitinhos de “regular”, maçonaria de verdade; já para o segundo, palavras feias como “espúria”, “irregular”, etc. 

 

 

É um jeito simples, esse de classificar, e funciona para muitos. É claro que se fizermos algumas perguntas mais, a coisa complica. Tipo, mas quem é que determina que esse grupo é “regular”? E porque o grupo primeiro se intitulou assim? 

 

Essa é a pergunta que alguns grupos em França já fizeram, para justamente   questionar a pretensa “maçoneidade” da Grande Loja da Inglaterra. Claro, tem aí aquela velha disputa França versus Reino Unido. 

 

Voltando, no caso do Brasil se tem 3 grupos. Que ao olharmos a história logo veremos fatos curiosos, se hoje eles se “reconhecem” como sendo maçonaria, nem sempre isso foi assim. Sendo que o Grande Orienta do Brasil é o mais antigo, historicamente registrado. Na sequência surgiram as Grandes Lojas (GLESP de 1927) e mais recente os chamados “Orientes Independente” (GOP-SP 1981). 

 

Muito recente ouvia “maçons” dizendo que o “paulistinha” (jeito pejorativo de fazer referência aos membros do GOP) não era maçom. Aliás, ouvi isso pessoalmente de confrades do Grande Oriente de SP; curiosamente, muito recente o referido GOP “conseguiu” uma Carta mágica e agora ele é “maçonaria regular”. 

 

O destino dá voltas e deu muito recente uma dessas. Houve um “terremoto” no interior do GOSP, no que toca sua relação ao seu governo central, chamado de Grande Oriente do Brasil, e um número enorme de Lojas se desligaram do GOB. Tornando-se, como já ocorreu na história outra vezes, uma “nova potência” maçônica. Existindo hoje “dois” GOSP em São Paulo. E aquela “ladainha” de sempre. Você não é, eu sou… 

 

 

Aquele GOSP que sempre gostou do “regular” versus “espúrio” tem hoje a sua maioria de Lojas tecnicamente “espúrias”. 

 

A coisa, portanto, torna-se mais complicada de dizer o que é mesmo maçonaria “regular” e maçonaria alternativa ou falsa. 

 

 

O critério, portanto, precisa ir mais fundo; existe sim maçonaria “falsa” e   e maçonaria verdadeira. O que determina, portanto, essa veracidade ou não, não pode ser apenas aspectos exteriores. 

 

Existe um conjunto de elementos, práticas, entre outros que determina uma atividade como sendo efetivamente maçonaria. 

 

Nesse sentido, quando vemos grupos na internet se intitulando sendo maçonaria nuca corro a dizer que são isso ou aquilo. 

 

Eu sei falar um pouco mais dos 3 grupos, pois como eles tem uma forma de governo democrático; como eles tem ligações muito bem explicitadas nos seus documentos; consigo conhecer mais; como conheço Lojas; sou fundador de uma Loja, junto com mais 6 confrades, posso falar desses. Falar das coisas boas e das coisas que precisamos ser melhores; do que eu posso ser melhor para com o grupo. 

 

Dos demais, não consigo dizer nada; e não posso pegar experiências nominais que já conheci e dizer que todos os que surgem são iguais; seria injusto com esses novos. Seria pura ilação, invenção; logo a coisa mais sabia é reconhecer que não se tem como falar de algo que não se tem como conhecer. 

 

No máximo digo que eles não pertencem ao grupo dos 3 acima citados. Isso é objetivo, mas apenas isso. 

 

Agora é possível tomar o que seja maçonaria e verificar se tais grupos seriam isso. Para tal fiz uma lista. 

 

  • Maçonaria não pertence a uma pessoa
  • Maçonaria tem governo democrático
  • Maçonaria é transparente, segredo em maçonaria é apenas um expediente pedagógico para ir se administrando conhecimento
  • A administração financeira da maçonaria é transparente desde a entrevista para você entrar
  • Maçonaria é registrada na junta comercial como entidade de difusão cultural
  • Maçonaria não é igreja e jamais tem teologia da prosperidade
  • Maçonaria tem projeto a longo prazo
  • Maçonaria é um projeto para vida e não algo imediato
  • Maçonaria é uma escola de filosofia prática, onde o foco é exercitar filosofia. 
  • Maçonaria não é um lugar de vender “adereços”. 
  • Maçonaria dura no tempo, não surge do nada, Lojas são projetos longevos. 

 

Enfim, a lista acima ajuda a pensarmos o que seja mesmo maçonaria; incluindo aí aos ditos “regulares”. 

 

 

Eu pessoalmente já tive a infame experiência de conhecer de perto algo que se dizia maçonaria e não era. E as características desse grupo: 

 

  • Era um negócio de alguém 
  • Surgiam dívidas a serem pagas pelos membros; sem explicação alguma;
  • Não era transparente e a tudo jogava na conta do “segredo” maçônico;
  • Se passava por maçonaria como aquela que vemos em qualquer parte do Brasil; 
  • Os membros maçons estavam sempre nos melhores dos mundos; pareciam estarem todos numa suíça do imaginário popular; 
  • Exibiam uma alegria irradiante a qualquer dia;
  • Tinham governo totalmente aleatório;
  • Iniciavam pessoas a todo custo, não importava onde você morasse;
  • Gastavam muita grana anunciando pela internet para ‘capitar’ novos membros;
  • E acaba em um ano; e meio a vários problemas. 

 

Para você que lê esse texto, a coisa é muito simples. Se tudo é fácil e maravilhoso, fica atento. 

 

Fraterno abraço. 

 

 

 

 

 

 

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