Católicos!
Recentemente temos a Igreja Católica protagonizando algumas cenas no mundo da internet. Do caso da Parada Gay, com um(a) transexual amarrada(o) na cruz, à interferência no Plano Municipal de Educação, no qual interferiu no sentido de retirar do Documento expressões “genero” e outra que não me lembro agora.

Tais discursos representam um setor da Igreja Católica. Pelo que conhecemos se trata de setores de elite econômica e matiz à direita no espectro político. Para quem transita entre eles será comum vermos ecoar nos posicionamentos do Cardeal D. Odilo tais ideias.

Essa “cruzada” contra o mau e em defesa “dos bons costumes” é o mote eterno da direita católica. Uma linha de pensamento que transforma a riqueza cultura do cristianismo em pura disputa de direito ou de lógica aristotélica.

Deixemos esse tema para outro post, agora só quero salientar que o problema da Igreja Católica não são os “tó nem aí”, os quais ela confunde com ateus. O ateísmo é uma outra coisa; o perigo de hoje é o consumo e o relativismo que decorre disso; não das teorias relativistas.

Outro foco que a Igreja Católica não se preocupa são os “Evangélicos”. Na história da Igreja Católica ficou famoso a expressão “baixo clero e alto clero”. O que isso quer dizer?

Trata-se de que em dado momento a Igreja Católica formou uma alta cupla de Poder que funcionava para além de outro setor, o baixo clero. Jogando dos dois lados, procurava atender a pobres(mantendo-os aí) e ricos.

A Igreja Católica de hoje não é distinta. Ela vive sem o povo, ela consegue ser aquilo que Bento XVI já desenhava, uma Igreja de Elite. Se Edi Macedo precisa arrancar os centavos dos pobres para fazer Templo de Salomão, a Igreja Católica tem um lastro de renda gigante.

Claro que não se compara o Cassino do Edi com a ramificação da Igreja Católica, que de fato é uma Instituição Nacional e que prestou e ainda presta relevante serviços culturais  a todos nós brasileiros. Disso não podemos nos esquivar ou apagar; dos registros de óbitos e nascimentos, da educação “moral e cívica”, da criação e cultivo de um lugar civilizacional entre nós.

Porém, no atual quadro de uma Igreja que aposta na elite e que tem condições econômicas de viver muito bem sem o povo, podemos ter uma novidade. Trata-se dos evangélicos do tipo Eduardo Cunha e outros. Trata-se de muito em breve de mexer nos direitos da Igreja Católica. Ainda que hoje isso parece difícil, pois mexer no negócio Igreja Católica implica o negócio dos evangélicos também, julgo ser uma questão de tempo.

Devemos lembrar que em Boston, USA, a Igreja local vendeu sua Catedral para pagar penas impostas pela justiça. Naquele contexto foram os crimes de pedofilia que levaram a tal quadro. No nosso não sabemos o rumo; sabemos apenas que enquanto a Igreja e seus partidários brigam com os homossexuais e um mundo sem valores(equivocadamente descritos); seus reais opositores evangélicos falam a língua do povo. Ainda que extorquindo esse mesmo povo, transformando o cristianismo em um tipo de cassino, eles, por algum motivo, estão falando a língua desse povo.

A opção por uma Igreja despolitizada, expurgando qualquer rastro de Teologia da Libertação e dando amplos espaços para os “Carismáticos”, levou ao atual cenário. Quem vai desbancar os direitos da Igreja Católica, depois dela ter deixado de lado os dilemas materiais dos pobres, não serão os homossexuais, que apinham em suas Instituições, mas essa massa de pobre que encontraram nas Evangélicas acolhida para seus dramas materiais. São aí tratados sua falta de emprego, sua falta de moradia, de saúde, (infelizmente pouco se trata aí de falta de educação ou educação pública de péssima qualidade).

A Teologia da Libertação tinha e tem problemas internos, contudo seu discurso seria o que mais mudaria o quadro de franco crescimento dos Evangélicos hoje. A renovação católica carismática, com sua ênfase no Pentecostes e Espírito Santo, reproduz uma versão Evangélica no seio do catolicismo, para onde se esperava que o pobre fosse tragado e atendia uma prática religiosa sem “discurso político”, que era na prática fechar os olhos para a miséria dos pobres(década de 80; vejamos os medidores de miséria; de desnutrição; mortalidade infantil; moradia; renda; . O que não foi corrente, pois dado a semelhança, o que houve foi a migração)

Assim, já temos o Estado de Rondônia onde se diz que o número de Evangélicos já são maioria. Se consideramos o nível de participação dos que ainda se dizem católicos, os chamados não praticantes, podemos afirmar que os Evangélicos já são maioria em várias regiões.

E a Igreja Católica não acena para outro caminho. Ao contrário, como é próprio de quem está instalado no Poder, tende a “bater” com suas teses históricas. E assim é que se assiste o fim de algo de muito tempo. Que não é um sumir do mapa, mas desaparece na base da metamorfose. Assim a Igreja Católica ascendeu, carregando ainda hoje os elementos dos Romanos.

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