Os Landmark

Os Landmark

Prof. Me. Cídio Lopes de Almeida, MM

LOPES DE ALMEIDA. OS Landmark. São Paulo: AMF3. 2020. Acessível em: https://amf3.com.br/os-landmark

 

Noutro texto, maçonarias alternativas, eu registrei que há algo que define uma aglomeração de pessoas como sendo maçonaria. Fiz ao final daquele texto alguns tópicos do que seria “indícios” de que algo de fato seja maçonaria; e do que não seria. 

Para além dessa reflexão mais livre, tem-se um texto ou documento que de fato se propõe ser esse fundamento do que seja maçonaria. Ele se chama Landmark, que é uma palavra de origem inglesa para um “ponto de referência sobre uma topografia”. Land sendo terra e mark a nossa marca. 

Para além da etimologia essa ideia no contexto da maçonaria foi justamente criar um ponto fundamental do que seja maçonaria. É curioso notar que essa necessidade de um ponto de referência não se aplica apenas a maçonaria, também se faz presente em nós. 

Em termos de identidade pessoal, temos pontos de referência que sempre se atualizam. Para bem ou mau, nosso passado é que nos diz quem nós somos. O contexto cultural, que começa com meus pais e irmãos, passa pela escola, serão o fundamento de quem sou. 

Esse ponto não é fixo, mesmo que de modo pedagógico utilizemos “ponto sobre uma topografia”. Quando se trata de identidade humana a coisa é móvel, dinâmica. E para as “Instituições” o mesmo se aplica; pois o ato de instituir implica recolocar algo do passado no presente; processo altamente dinâmico; movediço. 

O desafio, portanto, é isso, apesar de ser móvel, a vida está a cada instante acontecendo e relacionando-se, precisamos de pontos de referência; que precisam ser rememorados. Lembrar o Landmark, comentar, debater, é o jeito mais pedagógico de mantermos o que seja de fato maçonaria. Essa é uma necessidade humana, equilibrar entre um ponto fixo do passado e se lançar no futuro, que é sempre aberto e incerto. 

A arte do bem viver está justamente em saber equilibrar isso; o ponto fixo com o horizonte aberto do futuro. O risco é matar o horizonte do futuro com uma imposição do passado congelado; por outro lado, deixar o passado ou tratá-lo como velharia e se jogar no futuro de modo aleatório, é pagar o preço de não saber o que se é. 

Enfim, o Landmark é muito mais que uma referência para a Instituição maçonaria, consiste também numa necessidade humana; é o processo identitário mesmo de cada um de nós.

Fraterno abraço. 

 

 

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