Futebol e o sexo
O filósofo Theodor Adorno tem uma ideia sobre a sociedade que desejo aqui relacioná-la ao futebol. Para tal vou recorrer a um artigo de Bruno Pucci:

“A indústria cultural, por sua vez, é pornográfica e puritana. Ao mesmo tempo em
que explora o lado luxurioso dos indivíduos e das circunstâncias, expondo repetida e
explicitamente o objeto do desejo, banalizando-o, o nega, astutamente, a seus
consumidores; expõe de maneira ostensiva as cenas de sexo, excitando assim o prazer
preliminar nos espectadores, mas deixa-os frustrados pela não realização desse mesmo
prazer (Cfr. Türcke apud Duarte e Figueiredo, 1999, pp. 55-80).“(on-line aqui)

O tema, que não pretendo abordá-lo na sua inteireza aqui, basicamente trata das contradições da tal indústria cultural. Dentro da qual destaca-se um tema específico que é a realidade da “semicultura” destinada ao proletário. E aí é que há a contradição de uma “midia”(nossos dias) que “atiça” de um lado e assopra doutro. Isto é, a banheira do Gugu é o momento pornográfico e depois vem a novela ou filme épico sobre o “povo de deus’. Banheira que aliás é teletransmitida no canal de televisão de uma Igreja.

E o futebol?
De um lado temos o futebol e seus comentadores, os que efetivamente dão graça ao jogo; rompem aquele bando de caras correndo atrás de uma bola e cria os mitos. O futebol como produto cultural é posto em todos os lugares; bancas, etc. Faz-se necessário aplicar o jogo puritano e pornográfico. Com bem explica no artigo citado. O futebol ou ou jogador como objeto de desejo deve ser “disciplinado”. Santo, bonito; ao lado dele temos as “modelos”.

O lado pornô do futebol fica por conta da “mulher” objeto. Das “modelos” que fazem órbita aos astros “santos” do futebol. Assim, ao começar um campeonato sempre tem alguma “modelo” que figura nos jornais do ramo.

Pois bem, futebol também é associado à “cerveja com os amigos”, além de mulheres “gostosas” para…

O grande problema, para além da contribuição da objetificação da mulher, é que a promessa da mulher gostosa e do êxtase sexual não se realiza. E não se realiza nunca, nem mesmo com a própria “modelo”, que só terá sua angústia elevada. Tal efeito se dá pelo fato da idealização da televisão conseguir negar toda a realidade até mesmo para a própria modelo “objeto”. Desse efeito colateral do desejo incentivado é que vem os discursos dos “pastores”. Outro tipo de enganação.

Não pretendo ir mais no tema, pois ele é longo. Por oras contento-me em apenas destacar que futebol e sexo andam juntos. O futebol não só é uma semicultura, mas é uma antro de sacanagem. Pois para além da associação futebol/sexo temos ainda o fator futebol como instrumento de poder. Outro grande propósito da semicultura.

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