#Escola de Qualidade: uma fantasia burguesa

#Escola de Qualidade: uma fantasia burguesa

Existe o mito da escola boa. Que forma pessoas muito qualificadas e que irão se dar bem no mercado de trabalho. Esse mito é presente entre ricos e pobres.

O resto é mentira; formar bons cidadãos é uma farsa, na medida em que se ele não ganhar dinheiro ele não será um bom cidadão, será um fracassado. Ou alguém, classe média ou pobre, considera alguém “bem sucedido” pelas poesias ou ideias filosóficas? sem ter ganhado nada; vivendo de “bolsa família”?

Ademais, a mentira da boa escola esconde o fato de que as condições do aluno devem ser aquelas dos burgueses, isto é, um ócio para os estudos. Um aluno filho do trabalhador encara aquele ócio necessário, depois da escola, como pecado, como coisa de vagabundo. Logo, não há um ócio na cultura do pobre; trabalho não é sentar a tarde toda, fora a parte da manhã, e se deleitar com folhas de dever de casa. Trabalho na cultura do pobre é se movimentar; ter “carteira assinada”…

Esse é um aspecto da vida trágica segundo Nietzsche. Porém, na sociedade em que vivemos se esconde tal verdade; a verdade de que há diferenças sociais e elas são necessárias, quando não produzidas em larga escala. 

A novidade da sociedade burguesa foi esconder tais diferenças, mas nunca eliminá-las e nesse sentido os burgueses não mudaram tudo do “Antigo Regime”. As desigualdades continuaram, a “novela” só arrumou outros subterfúgios lógicos para desbancar a Aristocracia, mas a ideia e a prática da desigualdade continua. Se tomarmos as condições dos trabalhadores na “Revolução Industrial” veremos que as condições humanas ficaram as mesmas dos servos medievais; chegando até mesmo a ser pior. 

A prova de que nunca haverá uma escola pública que resolva os problemas inventados pela sociedade capitalista está no fato de que é necessário o desigual. Segundo, quem produz o desigual e dele se nutri não é a escola, logo não tem como ela resolver tais questões. 

Fazer uma escola pública boa no sentido de capacitar a todos e promover mudanças materiais em suas vidas implica em mudar o sistema social econômico em que vive os alunos. Coisa totalmente fora do poder da escola;

A título de exemplificação podemos citar as escolas francesas da atualidade. Abundam pesquisas que demostram vários problemas de “aprendizado” entre os jovens afrodescendentes das periferias de Paris. Tem-se também pesquisas na Alemanha que comprovam a preferencia por jovens alemães; mesmo que os descendentes de turco tenha formação similar. Ou seja, mesmo em países altamente desenvolvidos do ponto de vista da democracia e das experiências econômicas teremos a desigualdade escapando ao poder de uma “escola boa”.

Para finalizar, temos ainda que pensar nas diferenças cognitivas e que no mercado se valoriza algumas. O que exclui do mercado outras; e muitas das vezes povos inteiros. Esconder tais diferenças é evitar o embate; evitar o embate só interessa, por uma lógica patente, aos que estão se dando bem.

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